A eletrificação da Stellantis no Brasil avançará com a produção de carros híbridos flex e elétricos. Os veículos utilizarão quatro novas arquiteturas, três terão a tecnologia Bio-Hybrid e uma elétrica. No país, as marcas Citroën, Fiat, Peugeot e Ram são comandadas pela Stellantis que aposta nas soluções híbridas para a transição de uma mobilidade mais sustentável. Nos próximos meses serão anunciadas as marcas e os modelos que serão lançados com as novas plataformas.
A arquitetura Bio-Hybrid conta com três plataformas híbridas desenvolvidas pelo Tech Center Stellantis na América do Sul. Com aplicação flexível, podem equipar vários modelos produzidos nas plantas da companhia em Betim (MG), Porto Real (RJ) e Goiana (PE).
— O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos — afirma Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul.
O Bio-Hybrid, enfatiza Filosa, é uma tecnologia de descarbonização da mobilidade, que privilegia as características e recursos do Brasil, como o etanol e a energia elétrica limpa. Na apresentação das novas arquiteturas, o executivo destacou também os ganhos de eficiência e economia de combustível trazidos pelos sistemas de propulsão elétrica.
— Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, mas queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores e desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil — pondera o principal executivo da Stellantis.
As novas tecnologias híbridas e elétricas deverão permitir o fortalecimento da engenharia e da indústria no país.
— É uma oportunidade de reindustrialização e de reconfiguração da indústria nacional de autopeças, que é diversificada, complexa e muito importante para a economia brasileira — destaca Filosa.
Arquiteturas eletrificadas
As novas plataformas para aplicação no Brasil são baseadas em tecnologias diferentes de combinação térmica flex e de eletricidade na propulsão do veículo.
A arquitetura Bio-Hybrid conta com gerador que substitui o alternador e o motor de partida. O sistema fornece energia mecânica e elétrica que gera torque adicional para o motor térmico do veículo. Também a energia elétrica para carregar a bateria adicional de lítio-íon de 12 Volts que opera paralelamente ao sistema elétrico convencional do veículo. O dispositivo gera potência de até 3KW, garantindo melhor performance ao automóvel e redução de consumo de combustível.
A propulsão conjunta de dois motores elétricos com um a combustão destaca a plataforma Bio-Hybrid e-DCT. O primeiro propulsor elétrico substitui o alternador e o motor de partida. O outro é acoplado à transmissão. A bateria de lítio-íon de 48 volts dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. A operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido otimiza a eficiência e a economia. O funcionamento do motor elétrico na partida reduz as emissões.
A plataforma Bio-Hybrid Plug-in combina motores a combustão com dois elétricos no eixo traseiro, um dos quais, permite a condução apenas no modo elétrico. A bateria de lítio-íon de 380 volts é recarregada pela regeneração de energia nas desacelerações, pelo motor térmico e por fonte externa tipo plug-in. O sistema gerencia operação entre modo térmico, modo elétrico ou híbrido otimizando eficiência e economia.
A quarta arquitetura, a BEV, é 100% elétrica. Um motor elétrico de alta tensão é alimentado por uma bateria recarregável de 400 volts com recarga através da regeneração de energia ou pela fonte externa plug-in. A arquitetura oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas.
Descarbonização inteligente
A Stellantis entende a propulsão elétrica como a tendência dominante no setor automotivo mundial e defende uma rota de transição para se adequar ao cenário brasileiro. O período aproveitaria a gradual redução dos custos decorrentes da massificação da tecnologia. Também a adequação da cadeia produtiva nacional aos sistemas elétricos e eletrônicos de propulsão e controle.
A combinação do etanol com a eletrificação é apontada pela Stellantis como alternativa competitiva de transição para uma mobilidade de baixo carbono. Tecnologia acessível considerando o custo elevado dos veículos elétricos, apesar de eficientes no processo de descarbonização.