A falta de componentes continua comprometendo a cadeia automotiva. A produção de veículos aumentou em novembro mas não conseguiu acompanhar a venda. A crise global de semicondutores derrubou mais uma vez os números da indústria automobilística. Produção e venda cresceram em relação a outubro mas despencaram na comparação com o mesmo mês de 2020. Os resultados ficaram muito aquém para período historicamente aquecido.
A produção de 206.042 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em novembro cresceu 15,1% na comparação com outubro, mas caiu 13,5% em relação ao mesmo mês de 2020. Conforme os dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) foi o pior resultado para novembro desde 2015. Apesar do retorno às atividades da maioria das fábricas, o ritmo de produção contínua prejudicado. No ano, saíram das linhas de montagem 2.037.650 veículos, 12,9% a mais em relação ao mesmo período de 2020.
Os 172.964 registros automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceram 7,3% em relação à outubro, mas despencaram 23,1% sobre o mesmo mês de 2020. Foi o pior novembro em 16 anos, segundo a Anfavea .O resultado acumulado do ano soma 1.912.789 emplacamentos, mais 5,4% sobre os primeiros 11 meses do ano passado.
Exportação e estoque
A exportação de apenas 28.081 unidades caiu 6,1% na relação com o mês anterior e 36,3% sobre novembro do ano passado. O resultado acumulado de 2021 chega a 334.800 veículos, com o crescimento de 17,7% no mesmo período de 2020.
Em valores, em novembro os embarques corresponderam a US$ 648.423, menos 2,8% sobre o mês anterior. Já no ano, somam U$S 4,844 bilhões, mais 41,3% na comparação com 2020.
Do estoque de 103,8 mil veículos em novembro, 32,2 mil estavam nas montadoras e os demais nos concessionários. O total correspondeu a 18 dias de venda, sendo 12 nas revendas e seis nas fábricas.
A solução completa da crise só esteja prevista para o final de 2022
LUIS CARLOS MORAES
Presidente da Anfavea
O volume de veículos incompletos nos pátios das fábricas, à espera de componentes eletrônicos, preocupa o presidente da Anfavea, Luis Carlos Moraes. “Esperamos que eles possam ser completados neste mês, amenizando um pouco as filas de espera nessa virada de ano”, afirmou. A expectativa para o próximo ano é de uma melhora gradual no fornecimento de semicondutores.
Veículos de carga avançam
A diferença de desempenho de mercado dos veículos de transporte de carga, muito superior ao dos modelos voltados para passageiros, foi destacada pelo executivo. No acumulado do ano, caminhões cresceram 46,3%, picapes 28,4% e furgões 27,8%, quando comparados aos volumes dos primeiros 11 meses de 2020. Por outro lado, automóveis recuaram 1,3%, vans cresceram 1,6% e ônibus subiram apenas 0,7%.
- Dentro do universo de automóveis, vale uma ressalva para a evolução de vendas dos utilitários esportivos que cresceram 30% sobre o ano passado e em novembro representaram impressionantes 45,5% do total de carros de passeio”, destacou.