A cadeia automotiva continua abalada pela falta de componentes, principalmente os eletrônicos. A maioria das linhas de montagem opera parcialmente e algumas retornam às atividades em marcha lenta. Como consequência, faltam carros novos, os preços aumentam periodicamente e os semi-novos e usados estão valorizados.
A produção, venda e exportação de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceram na comparação com setembro mas despencaram em relação com o mesmo mês de 2020.
Os dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea) nesta segunda-feira (8) revelaram que outubro passado foi o pior dos últimos cinco anos quando geralmente tem produção elevada para atender a demanda do final de ano.
Resultados do mês
A produção somou 177,9 mil automóveis, veículos, 2,6% a mais em relação a setembro, mas 24,8 % comparada com outubro de 2020. No resultado acumulado do ano foram produzidos 1,828 milhão de veículos, 16,7% a mais sobre o mesmo período de 2020, quando muitas montadoras tiveram as atividades comprometidas por vários meses pelas medidas sanitárias da pandemia do coronavirus.
Esperamos responsabilidade de todos os agentes públicos para que em 2022 haja uma melhoria no ambiente geral de negócios, a despeito de ser um ano eleitoral
LUIZ CARLOS MORAES
Presidente da Anfavea
A venda de 162,3 mil unidades aumentou 4,7% e foi o primeiro crescimento nos registros desde maio. Sobre outubro do ano passado, o tombo foi de 24,5%. Nos primeiros dez meses do ano foram emplacados 1,740 milhão de veículos com o crescimento de 9,5 sobre igual período de 2020.
A exportação de 29,8 mil veículos saltou 26,1% sobre setembro, mas despencou 14,6% sobre outubro de 2020. No acumulado do ano foram embarcadas 306,8 mil unidades com o crescimento de 26,8% sobre o igual período do ano passado. Em valores, os US$ 6,2 bilhões representaram o salto de 45,9%.
Outubro fechou com o estoque de 93,5 mil veículos nos pátios das fábricas e concessionárias, volume suficiente para atendimento de 17 dias de vendas, segundo os dados da entidade. Em setembro, foram 85,9 mil unidades.
Caminhões e expectativa
O setor de caminhões, muito prejudicado no começo de 2020 e que a partir do segundo semestre estava em alta, também foi atingido pela falta de componentes, embora em menor índice. A produção de 13,6 mil caminhões caiu 1,7% na comparação com setembro mas cresceu 37,9% na comparação com outubro de 2020. No acumulado do ano, a soma de 131,9 mil unidades saltou 91,2% sobre o mesmo período do ano passado.
Apesar dos problemas com componentes e paralisações, as montadores abriram 1.402 novas vagas e fecharam outubro com 102.625 funcionários diretos. construção. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes garantiu que a indústria faz o possível e o impossível para garantir os empregos, sempre na expectativa de uma reação do mercado.
Esperamos ter crescimento em 2022, mas este momento atual não ajuda. A preocupação e. A agenda eleitoral não pode ficar acima da agenda econômica, das reformas e da agenda social.
LUIZ CARLOS MORAES
Presidente da Anfavea
A previsão do desempenho do setor automotivo para o ano, revisto em outubro, permanece inalterado. A produção deverá fechar 2021 com crescimento de 6% a 10% e a venda, da queda de 1% ao crescimento de 3%. Entre os problemas que poderão comprometer o desempenho estão a falta de componentes, a greve dos caminhoneiros do Porto de Santos e o aumento do juro do CDC, acompanhando a Selic, entre outros.