O generoso espaço interno, o nível de equipamentos e os avançados recursos eletrônicos são os principais apelos do Territory. O visual forte, o sofisticado acabamento e a segurança completam o harmônico conjunto do utilitário esportivo Ford fabricado na China. Rodamos cerca de 500 quilômetros por ruas e estradas gaúchas com um Ford Territory Titanium, que tem preço de R$ R$ 187.900.
A tropicalização do Territory foi muito além do conjunto propulsor e da suspensão. O trabalho foi profundo e, além deixar a condução ao gosto do brasileiro, ousou no interior, combinando o espaço com a sofisticação. Os detalhes chamam atenção do nível do acabamento à avançada conectividade ou à praticidade dos porta-objetos.
As dimensões do utilitário esportivo montado pela chinesa JMC em associação com a Ford são generosas, com destaque para a largura.
Com 4,58 metros de comprimento, 1,936 metro de largura e entre eixos de 2,716 metros, na frente sobra espaço para o condutor e o acompanhante.
Atrás, o Territory acomoda bem três adultos.
— Pelo tamanho, é impossível o Territory passar despercebido nas ruas. Ainda mais pois, quando testamos o carro, antes do seu lançamento, havia pouca informação pública sobre o novo utilitário esportivo Ford. Além do porte robusto e das linhas destacadas por cromados — enfatizou a jornalista Priscila Nunes.
A ampla grade dianteira, os faróis, as luzes diurnas e lanternas em LED combinados com as rodas de 18 polegadas e as barras longitudinais no teto valorizaram o visual externo. A jornalista lembrou também que o interior é bonito e aconchegante, com sofisticado acabamento na versão que avaliamos, o topo de linha Titanium.
Luxo e tecnologia
— O revestimento em couro claro e o aplique que simula madeira sofisticaram o interior. O teto solar panorâmico que acompanha quase toda a capota fez toda a diferença num dia ensolarado na Serra — ponderou Priscila.
Como todo jovem, a jornalista e editora digital é ligada na conectividade e tecnologia. Ao entrar no carro, sua primeira ação foi acessar o carregador do celular por indução:
— Achei muito útil porque havia esquecido o cabo com fio e, durante a viagem, consegui carregar a bateria e ficar conectada.
Na versão topo de linha, o Territory é bem completo. O quadro digital de instrumentos permite ajustes em três modos, mas é o multimídia Sync que se destaca pelas suas características e funcionalidade, embora às vezes sua operação tenha sido confusa.
— A tela multimídia é diferente de qualquer outra já vista nos carros que testamos. Grande e moderna, interativa com Apple CarPlay sem fio e com o Android Auto por cabo, pode ser dividida em quatro telas. Aparentemente, pareceu ser funcional, porém, esperávamos que fosse um pouco mais — argumentou.
Os bancos revestidos em couro perfurado acomodaram bem e reduziram o risco de cansaço na estrada.
— Os bancos aquecidos foram ótimos. Passei a viagem inteira testando. De manhã estava frio e coloquei o ar quente. A tarde esquentou e coloquei o ar frio. Testei as duas temperaturas e gostei — avaliou Priscila, que revelou que até pensa em comprar um carro assim em breve.
O espaço traseiro do Territory também é bom. Pé na estrada, a jornalista comemorou que podemos levar tranquilamente a família e amigos em viagens e passeios, com espaço de sobra. O tamanho do porta-malas, de 380 a 420 litros, ajuda.
O quadro digital de instrumentos, para Priscila, confere modernidade ao utilitário esportivo.
A jornalista também gostou do sistema de iluminação interna em LED que permitiu usar sete opções de cores, com bonito efeito à noite.
Nas ruas e estradas
O trabalho da engenharia foi pesado. As modificações do conjunto propulsor garantiram o comportamento adequado a um utilitário esportivo grande. O ciclo Miller melhorou a eficiência, mas reduziu a potência. Os 150 cv e força (torque) de 22,9 kgfm, combinados com o câmbio automático contínuo variável (CVT) garantiram um desempenho sóbrio do motor 1.5 turbo sem pretensões esportivas ou comprometer a dirigibilidade.
As atualizações adequaram o gerenciamento eletrônico do motor e o câmbio CVT à pressão no acelerador, bem como o brasileiro gosta. Na cidade, em baixas rotações, o motor custou para puxar os 1.630 quilos do Territory, sem contar condutor e acompanhante. Ainda bem que o câmbio automático ajudou no trânsito pesado.
Na estrada, as respostas rápidas das arrancadas avançaram acompanhando o aumento da velocidade nos regimes mais altos de rotação do motor dentro das limitações do conjunto propulsor. Para atiçar o desempenho, bastou acionar o modo Sport, que melhorou o comportamento e aumentou o consumo de combustível. Nos limites de velocidade, o Territory teve fôlego para uma viagem tranquila.
Apesar do tamanho, Priscila gostou de dirigir o Territory.
Por suas dimensões avantajadas, pensou que seria mais difícil, mas logo se acostumou:
— A direção elétrica progressiva foi perfeita com o carro sempre na mão.
A troca de amortecedores, buchas e molas mostrou seu acerto nos caminhos da serra gaúcha. A suspensão, tipo McPherson na frente e multilink atrás, ignorou as irregularidades do pavimento. Firme sem comprometer o conforto, permitiu avançar nos trechos sinuosos com reduzido balanço da carroceria, considerando um utilitário esportivo do porte do Terrritory.
O baixo nível de ruído interno aumentou acompanhando a velocidade. Os pneus 235/50 R18 ajudaram no comportamento dinâmico e na absorção das irregularidades do pavimento, na passagem por lombadas e quebra-molas.
— Achei o carro silencioso e quase não sentimos a passagem por buracos — comentou a jornalista.
Nos cerca de 500 quilômetros rodados nas ruas e estradas, o consumo total de combustível ficou na média de 11,9 km/h. No trânsito urbano, as médias ficaram de 8,7 km/l a 9,6 km/l, de acordo com o fluxo. Nas estradas, em velocidade constante, variaram de 9,2 a 12,8 km/l, a 80 km/h, e de 8,7 km/l a 11,9 km/l, a 110 km/h.
Recursos como o controle eletrônico de velocidade adaptativo e alertas de colisão frontal com frenagem automática, de saída de faixa e de ponto cego chamaram atenção de Priscila e ajudaram quando preciso, como na descida da Serra, na BR-116 ou na autoestrada Porto Alegre-Osório.
Conclusão: Bonito, bem completo na versão Titanium, o Territory chega ao país como aposta da Ford para recuperar participação perdida no mercado brasileiro. O utilitário esportivo chinês tem apelos como o espaço, o conforto e a tecnologia. A boa dirigibilidade e o conjunto propulsor são compatíveis com as necessidades de um veículo do seu porte, que concorrerá diretamente com o Jeep Compass. O desafio será mostrar que a sua origem acompanha os padrões e a qualidade da marca norte-americana.