A pandemia do coronavírus derrubou o setor automotivo. Como nos demais segmentos da economia brasileira, os resultados foram desastrosos e, no caso de veículos, os piores da história desde a implantação da indústria automobilística em 1957. Fábricas, fornecedores e concessionários parados, foram produzidos em abril 1.847 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, capotagem de 99,3% em relação ao mesmo mês de 2019. O licenciamento de veículos também teve queda livre de 76% com 55.735 registros. No Rio Grande do Sul, a queda foi de 61,96% em relação a abril do ano passado com 6.356 emplacamentos.
Com a cadeia automotiva parada a partir da segunda quinzena de março, o resultado acumulado do ano caiu 39,1% com a produção de 587,7 mil veículos contra 965,4 mil no mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
É o pior resultado da história da indústria desde 1957
LUIZ CARLOS MORAES
presidente da Anfavea.
As exportações, que vinham em queda, principalmente pelas dificuldades da economia argentina, foram comprometidas pelo impacto da pandemia do coronavírus nos principais mercados compradores dos veículos produzidos no país.
Os dados divulgados pela Anfavea, a entidade dos fabricantes, mostraram, a continuidade na retração das exportações.
A queda foi 79,3% com o embarque de 7.212 veículos em relação aos 34.905 do mesmo mês de 2019, o pior resultado em 23 anos. No acumulado, a perda foi de 31%.
Volta à produção
Das 65 fabricas de veículos no país, apenas duas operaram em abril, e 53 ainda estão paradas.
A Mercedes-Benz deverá movimentar as linhas de montagem (caminhões) nesta segunda-feira (11), a Volkswagen no dia 18 e a Ford em 1º de junho.
As montadoras fecharam abril com 125.348 funcionários, 3,7% menos em relação ao mesmo mês de 2019. O presidente da Anfavea destacou que a manutenção dos empregos foi possível pelas medidas tomadas pelo governo federal que permitiram a flexibilização de contratos e acordos de redução de jornada ou de suspensão temporária de contratos, com diminuição de salários.
Quanto a retomada das atividades, Moraes considerou difícil qualquer previsão quando a ainda tem cidades com medidas de endurecimento do isolamento social. O presidente da Anfavea destacou a apoio às medidas de controle a pandemia e a importância de cuidar das pessoas.