Os efeitos da pandemia do coronavírus bateram forte no setor automotivo. Depois do risco da falta de peças e da queda do movimento nos concessionárias, com os decretos de estado calamidade pública da Presidência da República e dos Estados, foi a vez das máquinas pararem. Em algumas montadoras a redução da velocidade nas linhas de montagem será gradual nas próximas duas semanas.
Cinco montadoras – BMW, Fiat Chrysler, Honda, Renault e Toyota - anunciaram nessa sexta-feira (20) a paralisação da produção em suas unidades. Ford, General Motors, Volkswagen e Volvo Caminhões já haviam comunicado a suspensão das atividades.
A decisão dos fabricantes de parar a produção foi para proteger os colaboradores e seus familiares do avanço da covid- 19 e também ajustar o ritmo das linhas de montagem ao mercado com queda nas vendas.
Na maioria das empresas, as áreas administrativas já estavam trabalhando em casa.
A Anfavea, a entidade dos fabricantes de veículos, divulgou nota na quinta-feira (19) que pelo agravamento da crise gerada pela pandemia, todas as montadoras associadas estavam analisando e se preparando para interromperem as atividades das suas fábricas no Brasil, e discutindo caso a caso com seus respectivos sindicatos.
Linhas de montagem desaceleram
A General Motors antecipou a paralisação de suas fábricas no país – Gravataí (RS), Joinville (SC), São Caetano do Sul e São José dos Campos (São Paulo que deveria ocorrer no dia 30. A montadora usará o banco de horas, até o fim do mês. A partir de abril os trabalhadores férias coletivas por mais 15 dias.
A Fiat Chrysler Automóveis (FCA) confirmou a redução gradual da produção em suas fábricas no Brasil – Betim (Fiat/MG), Goiana (Jeep/PE) e Campo Largo (FCA/PR). A paralisação total prevista para até 27 de março e a retomada da produção em 21 de abril. A FCA adiou também todos os eventos e ações de produto como lançamentos, apresentações, cursos e treinamentos, entre outros, previstos em toda a América Latina.
A Volkswagen do Brasil comunicou a suspensão de atividades de todas as suas unidades no país a partir desta segunda-feira (23) por pelo menos três semanas. Até 30 de março, a área administrativa continuará em trabalho remoto. Os empregados da linha de produção terão folgas administradas por banco de horas. A partir de 31 de março, os empregados entrarão em férias coletivas por duas semanas.
As linhas de montagem das unidades da Ford, em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller, Horizonte (Ceará) paralisarão nesta segunda-feira (23).
A Toyota do Brasil informou que suspenderá a produção de suas quatro plantas industriais no país - São Bernardo do Campo, Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz (todas no Estado de São Paulo) - a partir desta terça-feira (24) com retorno previsto para 6 de abril. A paralisação será para atenuar os riscos provocados pelo coronavírus, pela incerteza do mercado brasileiro no curto prazo e das dificuldades na cadeia logística e de suprimentos, que devem se agravar nas próximas semanas.
Na próxima quarta-feira (25), a Honda Automóveis do Brasil suspenderá a produção nas plantas de Sumaré e Itirapina (SP) para ajustes devido ao impacto da pandemia. Os funcionários das linhas de montagem entrarão em férias coletivas. Os da administração terão trabalho remoto. A produção será suspensa por 20 dias com retorno previsto para 14 de abril, podendo ser postergado para 27 de abril. A planta de Manaus (AM), que produz motocicletas, continuará operando com medidas adicionais de prevenção. A parada é uma alternativa em avaliação, em resposta ao provável avanço na disseminação do vírus no Estado do Amazonas.
A Renault do Brasil suspenderá a produção no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR) a partir desta quarta-feira (25) até 14 de abril de 2020.
Final do mês
O BMW Group Brasil suspenderá as atividades na planta de Araquari, em Santa Catarina, a partir do dia 30 de março. O retorno está previsto para 22 de abril. Os funcionários que convivem com pessoas em situação de risco já estavam afastados.
A Volvo suspenderá a produção em Curitiba (PR) por quatro semanas, a partir de 30 de março. A medida alcança os 3,7 mil funcionários que trabalham na produção de caminhões, ônibus, motores, caixas de câmbio e cabines.