Grandes montadoras começaram a fechar fábricas na Europa em razão da pandemia do novo coronavírus, que está prejudicando a chegada de peças e reduzindo as vendas. A Fiat anunciou nesta segunda-feira (16) que vai fechar oito fábricas na Itália até o final deste mês, seguindo o caminho de marcas de luxo como a Ferrari, que parou sua produção, e a Lamborghini (do grupo Volkswagen), que fechou a linha no norte da Itália e deve fazer o mesmo na unidade da Eslováquia.
Renault, Ford, Nissan e Seat (do grupo VW) fecharam as fábricas na Espanha, também por falta de peças, e ,na noite desta segunda-feira, a Renault interrompe suas 12 fábricas na França.
A francesa PSA (que produz as marcas Peugeot, Citroen, Vauxhall, Opel e DS) anunciou também nesta segunda que, até o final do mês, vai fechar todas as fábricas na Europa. A montadora tem unidades em sete países: França, Alemanha, Espanha, Polônia, Portugal, Eslováquia e Reino Unido.
As quarentenas decretadas na Itália e na Espanha reduziram a produção de peças, que são importantes fornecedores da Volkswagen. Com a falta de insumos, a montadora já teve que reduzir a produção e pode ter que fechar fechar sua maior fábrica, em Wolfsburg, na Alemanha.
A montadora encontra problemas no Estado da Bavária, onde produz os carros da Audi, desde que a região declarou estado de emergência. Um dos exemplos dos problemas no setor de peças é o da fabricante de pneus Michelin, que fechou todas as fábricas na França, na Espanha e na Itália.
O setor automotivo é um dos mais afetados pelo coronavírus, primeiro pelo fechamento de indústrias de autopeças na China e agora pela crise na Europa.
Outro setor que entrou em situação crítica é o de aviação. Nesta semana, empresas como Air France, KLM, Norwegian e SAS começaram a dispensar funcionários, enquanto praticamente todas as companhias cortaram voos.
Por causa da dificuldade de levar insumos de um país para outro, já que várias fronteiras foram fechadas, a União Europeia (UE) deve divulgar nesta segunda regras para o trânsito dentro do continente. Segundo Eric Mamer, o porta-voz da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estão se formando longas filas de caminhões nas estradas, o que impede peças de chegar às fábricas e afeta inclusive a produção de equipamentos médicos.