Com Priscila Nunes / Especial
O alto desempenho, o conforto, a sofisticação e a tecnologia personalizam o Jetta GLI. O comportamento típico de um esportivo surpreende e faz a diferença em relação às demais versões do sedã mexicano. Rodamos cerca de 800 quilômetros com um Volkswagen Jetta GLI 2.0 TSI que tem preço de R$ 144.990. O único opcional é o teto solar que acrescenta R$ 4.990.
Se os detalhes visuais, o acabamento interno e a tecnologia chamaram a atenção, bastou ligar o motor para o Jetta mostrar seu DNA esportivo que remete ao irmão menor o Golf GTI. No interior, componentes como o quadro de instrumentos digital, a central multimidia e o sistema de som Beats, presentes nas versões mais sofisticadas do Polo e do Virtus.
A jornalista Priscila Nunes acompanhou a apresentação do Jetta GLI em São Paulo e também conduziu o sedã esportivo nas ruas e estradas gaúchas.
Além do comportamento, destacou a sofisticação do acabamento interno, os recursos da central multimidia e os detalhes como a iluminação ambiente.
- Em São Paulo, rodamos até Itú. Só sentimos as qualidades do GLI na estrada, quando o motor 2.0 TSI soltou a cavalaria e roncou mais forte. Agora usamos também os quatro modos de condução que transformam o comportamento do Jetta, No modo Sport, que privilegia o desempenho esportivo, o sedã pareceu uma fera ferida.
Sobrou potência e força para o GLI nas ruas ou estradas. Na cidade, rodou rápido nas radiais, mas sentiu a pavimento nem sempre regular.
Na estrada, pareceu flutuar no asfalto perfeito como da BR/290, a autoestrada Porto Alegre-Osório, ou em trechos da BR/101, até Torres .
Tranquilo na cidade
O trânsito urbano congestionado escondeu a versatilidade do GLI. Para não prejudicar o consumo de combustível rodamos nos modos Eco e Normal. “O motor parecia preso e o câmbio não avançava no anda e para. Nas radiais melhorou um pouco”, ponderou Priscila.
A suspensão mais dura com sistema multilink na traseira e os pneus de perfil baixo 225/45 com rodas de aro 18 sentiram, e muito, o pavimento irregular e os buracos, comuns nas ruas. “No paralelepípedo foi pior, o carro vibrou e comprometeu o conforto interno”.
Fera na estrada
O conjunto propulsor, o mesmo do Golf GTI, combina o motor 2.0 TSI de 230 cv e força (torque) de 35,7 kgfm com o câmbio de dupla embreagem (DGS) de seis velocidades e tração dianteira.
Nas rodovias, ignorou os 1.474 quilos do GlI.
Nos modos Eco e Normal, bastou acelerar para respostas rápidas e o desempenho compatível com os limites das rodovias. A direção elétrica progressiva facilitou a condução. A suspensão mais firme e os pneus de perfil baixo ignoraram as curvas mais fechadas. E quando preciso, os freios ABS ajudaram manter a trajetória.
O modo Sport liberou total o instinto animal. O 2.0 TSI roncou mais forte e estimulou a adrenalina pura. Exigiu muita atenção para manter os limites de velocidade. Segundo a Volkswagen, o GLI acelera de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e tem a velocidade máxima de 250 km/h limitada eletronicamente.
O acelerador ficou mais sensível, a rotação do motor e o câmbio alterados para aproveitar a força e a potência disponíveis.
A direção endureceu e a troca de marchas pelas aletas atrás do volante fizeram da condução um brinquedo de gente grande.
O controle eletrônico de velocidade adaptativo, o Front Assist, que alerta o condutor para possível colisão e atua também no freio, sistema de frenagem pós-colisão e o Auto Hold, que mantém o freio eletrônico acionado em paradas rápidas, auxiliam a condução e aumentam a segurança. O GLI foi perfeito em todas as condições.
O motor 2.0 TSI queima apenas gasolina. As médias do Inmetro são de 9,9 km/l (cidade) e de 12,5 Km/l (estrada). Nossas médias ficaram próximas às do R-Line, de 9,6 km/l a 10,7 km/l (cidade). Em velocidade constante, ficaram de 14,9 km/l a km/l, (80 km/h), e de 12,8 km/l a 16,1 km/l (110 km/h) na estrada.
Sofisticação e tecnologia
O Jetta GLI compartilha a plataforma MQB, a mesma do Golf, Polo e Virtus. São 4,702 metros de comprimento, 1,799 m de largura e entre eixos de 2,688 m. Como as demais versões, acomodou bem dois adultos na frente e três atrás com relativo conforto. O porta-malas tem capacidade de 510 litros.
-Gostei muito do interior do GLI, achei mais bonito e melhor em relação a versão R-Line 250 TSI. A proposta esportiva valorizou o acabamento. Os materiais são macios e o revestimento em couro tem costuras vermelhas no painel, bancos, volante, laterais das portas e colunas – disse Priscila.
Acesso por aproximação e partida por botão, a regulagem de altura e profundidade da direção com os ajustes do banco permitiram ótima posição de dirigir, em especial por longos períodos na estrada. “À noite, a iluminação personalizada com 10 opções de cores permitiu criar um ambiente agradável”, elogiou a jornalista.
O quadro de instrumentos digital Active Info Display é personalizável como nas versões topo de linha do Polo e do Virtus.
O ar-condicionado de duas zonas foi eficiente, mas faltou saídas de ar para o banco traseiro.
A central Discover Media com tela de oito polegadas sensível ao toque e navegação por GPS, é interativa com Android Auto, AppleCar e Mirrorlink.
Também com a câmera de ré que tem linhas auxiliares para facilitar o estacionamento.
- A central multimidia, a mesma do Jetta R-Line que já testamos, é pratica. Sempre que ajustei alguma função ou aplicado, foi só aproximar o dedo.
As duas e entradas USB permitiram carregar nossos smartphones mas faltaram para os ocupantes do banco traseiro – destacou Priscila.
Conclusão: O Jetta 2.0 TSI GLI, a versão esportiva do sedã médio, valoriza o alto desempenho sem comprometer a sofisticação e o consumo de combustível é adequado às características do sedã. A condução é auxiliada por recursos eletrônicos que também aumentam a segurança. A opção pela esportividade exigiu a recalibragem da suspensão e pneus de perfil baixo que reduziram o conforto no pavimento irregular.