A entrevista coletiva com Tite e Thiago Silva foi a de maior presença de jornalistas desde a chegada do Brasil ao Catar. A sala de conferências do grande centro de imprensa estava lotada, com as 288 poltronas ocupadas e mais cerca de 100 pessoas de pé.
A curiosidade mundial em relação à Seleção Brasileira cresceu pelo caráter decisivo da nova fase da Copa, pela derrota para Camarões e porque muitos jornalistas trocaram de pauta com a saída de metade das seleções do Mundial.
Seleção mexida
Uma mistura de fatores criou uma nova fisionomia na Seleção Brasileira. Isso envolve a derrota para Camarões, críticas ao time, reparos à decisão de Tite na escalação dos reservas e a repercussão negativa da churrascada VIP dos jogadores, com a carne de R$ 9 mil.
A descontração e os sorrisos deram lugar a algo mais duro, uma fisionomia menos risonha e indignação com assuntos mais polêmicos. É o caso do possível problema médico de Gabriel Jesus antes do Mundial, o que é negado terminantemente por Tite.
Esperem, contra a Coreia do Sul, um time brasileiro com a faca entre os dentes, querendo decidir rápido, novamente sob a batuta de Neymar.
O quartel general
Talvez só o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, mereça um esquema de segurança tão rígida quanto o visto no Hotel Fairmont, o QG da Fifa no Catar. O luxuoso estabelecimento que fica na cidade de Lusail, a mesma do grande estádio do Mundial, é blindado.
Os carros que chegam são revistados com detectores de metais e dispositivos antibombas, sendo obrigados a mostrar o conteúdo nos porta-malas. Quem não é hóspede só entra sendo convidado e passando por duas revistas. Imprensa com credencial da Copa fica de fora e câmeras são proibidas.
Lá dentro estão os maiores dirigentes do futebol mundial, as chamadas "legendas da Copa" e convidados muito especiais. As cifras das diárias são na casa dos milhares de dólares. Até campo de futebol flutuante tem para a recreação das personalidades.
O estagiário da Fifa
Ninguém sabe o que deu no site da Fifa que, durante pouco mais de dois minutos, enquanto o Brasil jogava contra Camarões na última sexta-feira, colocou a classificação do Grupo G da Copa com a liderança de "Sutiã" no lugar de Brasil. O erro foi pouco percebido, reparado quase que imediatamente e não teve maiores repercussões, além de algumas risadas.
Os caras do Brasil
A Fifa está presente com sua equipe de TV em todos os treinos das seleções. Não escapa nada das câmeras oficiais que geram documentários e programas sobre a Copa do Mundo e seus participantes. No treinamento do Brasil estavam muito claros os alvos dos cinegrafistas.
Em um cartaz debaixo da câmera, havia fotos grandes de Vinícius Júnior, Thiago Silva, Richarlison, Casemiro, Neymar e Alisson com a inscrição "key players"(jogadores chave). Estava lá também a foto com a identificação do técnico Tite. Os demais, para aparecerem, só numa excepcionalidade.
Catar esvaziando
O final da fase de grupos e o início dos jogos eliminatórios começam a dar sinais nas ruas de Doha. Embora o movimento grande rumo aos estádios nas oitavas de final, o metrô já não tem as filas de antes. Atrações turísticas como o Souq Wuaqif apresentam mais espaços para circulação. Para dar exemplos latino-americanos, sumiram os mexicanos e os equatorianos, que eram extremamente animados e preenchiam muito as ruas do Catar.