Sem um novo treinador efetivo, com apenas um ponto conquistado em casa em dois jogos e diante de uma forte pressão dos torcedores, a situação do Inter para enfrentar o Ceará neste domingo (20) já tem elementos suficientes para ser considerada desconfortável. A herança da derrota para o Atlético-MG, porém, foi pior do que os três pontos perdidos.
A lesão muscular de Taison, que o deixará fora de ação por mais de um mês, é comprometedora para a tentativa de afirmação de um time que tem no recém-repatriado seu ponto mais importante. Da mesma forma, a pancada sofrida por Víctor Cuesta deve privar o time de seu único zagueiro indiscutível na tentativa da primeira vitória no Beira-Rio.
Perder Taison e Cuesta num momento em que Saravia está com covid-19 fragiliza muito em qualidade e personalidade a equipe, que ainda estará sob o comando do interino Osmar Loss. Não adianta nem olhar para o adversário e saber que há turbulência em relação ao treinador Guto Ferreira. O Inter tem como grande inimigo no momento a sua própria realidade, ainda que tenha vencido o Bahia e apresentado um futebol bem razoável diante de um Atlético-MG nitidamente superior tecnicamente.
Mesmo que ainda não tenha se estabelecido toda a diferenciação que Taison deverá dar ao time, sem ele há uma queda de patamar, especialmente porque a reposição deve acontecer por um jovem e, nesta hora, os garotos tendem a oscilar mais.
No caso de Cuesta, mesmo que a parada seja mais breve, há uma crise numérica e qualitativa no setor. Com estas duas ausências, crescerá muito a dependência de Edenilson e Patrick, referências técnicas e de experiência, os chamados cascudos.
Não há como escolher o momento para uma fatalidade, mas os golpes sofridos pelo time colorado antes de enfrentar o Ceará são duríssimos.