O Inter passou num teste muito importante para seu futuro imediato. Vencendo o Olimpia por 1 a 0 em Assunção, o time de Miguel Ángel Ramírez garantiu virtualmente sua passagem para as oitavas de final da Libertadores, encaminhou bem a primeira colocação no grupo, conseguiu quebrar o jejum fora do Beira-Rio e respirou aliviado numa semana tensa pelo que aconteceu e com o que vem pela frente. Não houve perfeição, mas eficiência. O próprio técnico precisou se corrigir para que o triunfo acontecesse.
O grande mérito colorado do primeiro tempo esteve na intensidade inicial e no controle do adversário que, mesmo em seus melhores momentos, não ameaçou. Foi, aliás, pela entrega que Taison se destacou, visto que suas jogadas pouco renderam. A equipe passou a render menos conforme o tempo passava e aí ficavam nítidas duas atuações apagadas e que tinham reposições mais eficientes no banco. Palacios e Thiago Galhardo sequer tinham a mesma pegada dos demais. Só no segundo tempo, com as trocas é que houve realmente uma melhora que foi sacramentada no gol de Yuri Alberto.
Se entre Thiago Galhardo e Yuri Alberto pode se estabelecer uma discussão, há de se observar a maneira de cada um atuar. Embora a expulsão ridícula, a taxa de trabalho de Yuri é maior, bem como a imposição física e a velocidade, algo que é um tesouro para um atacante. Não foi só nesta partida que o jovem centroavante mostrou mais poder de decisão em relação ao experiente artilheiro colorado no último Brasileirão. Já era hora para a titularidade mais constante de Galhardo merecer uma revisão no início das partidas.
No caso de Carlos Palacios, já era hora de tê-lo preservado de críticas e avaliações que podem não corresponder ao seu potencial. Sem ter atuado bem em nenhum jogo até agora, não há justificativa para ser absoluto no time, ora na direita, ora no lado esquerdo. O chileno é forte candidato a sofrer uma rejeição do torcedor como Marcos Guilherme que em Assunção, por sinal, foi fundamental no gol da vitória. Tendo Maurício e Yuri Alberto à disposição, Palacios não deveria ter começado a partida, tanto que a equipe cresceu com sua saída.
Se teve méritos, e claro que teve, na vitória que aliviou o Inter tanto na Libertadores como para a decisão do Gauchão, Miguel Ángel Ramírez só acertou completamente quando trocou sua opção inicial. Ele mudou bem ao tirar Thiago Galhardo e Palacios, colocando Yuri Alberto e Maurício. Isto foi fundamental para que o Inter chegasse ao gol que valeu a vitória, a classificação e a tranquilidade. Diz uma máxima do futebol que "muda bem quem escala mal". Não há nenhuma crueldade em relacionar a frase ao jogo contra o Olimpia. Certamente ficará o recado para o Gre-Nal.