Ouvir, ler ou saber que o Inter está em busca de reforços para a zaga e para a lateral esquerda deve merecer sorrisos e até uma dose de euforia dos torcedores colorados. Tais providências estão atrasadas e só os próximos resultados no Gauchão e na Libertadores vão mostrar o tamanho do prejuízo. Desde o início da temporada eram evidentes estas carências, bem como se mostravam frágeis as soluções propostas e defendidas com veemência por dirigentes e integrantes da comissão técnica.
Não se pode ignorar que há uma imensa dificuldade financeira que para o Inter contratar. São necessários verdadeiros malabarismos para reforçar o grupo, mais ou menos como aconteceu com Taison, cuja negociação só foi possível porque ele não era mais vinculado ao Shakhtar Donetsk. Neste caso, palmas para todos. Já no que se refere a zagueiros ou um lateral-esquerdo houve uma aposta errada. Publicamente foi admitido e defendido que o que se tinha no Beira-Rio era suficiente, algo que jogo a jogo foi sendo desmentido, sem que se buscassem soluções.
Erros deste tipo servem como lição. Do jeito que está, os colorados ainda podem conquistar o Gauchão e seguir na Libertadores, mas em ambos os casos está convivendo como dificuldades que eram evitáveis. Não chega a ser uma justificativa, mas é bom lembrar que o comando colorado carece de experiência. Os dirigentes estão em início de mandato. O jovem executivo de futebol chegou há pouco no clube, bem como a comissão técnica que talvez tenha se encantado com uma ideia de rejuvenescimento de elenco com as categorias de base em todos os setores, mas se deu conta de que não é bem assim.
Agora é correr no mercado, criar formas para pagar e trazer reforços urgentes. Claramente houve erro de avaliação. O Inter demorou para contratar e pode ter errado a prioridade ao apresentar como primeiro contratado um atacante, Carlos Palacios. Os problemas maiores estavam e seguem na retaguarda. Menos mal que, ao que tudo indica, o pecado já foi reconhecido. Basta buscar o perdão.