Não é de hoje que está claro que o Inter tem um grave problema em seu elenco. Não há zagueiros suficientes, seja em quantidade ou qualidade. O alerta é antigo, desde quando Rodrigo Moledo, que nem seria titular com o atual treinador, machucou-se no ano passado.
A cada jogo, inclusive os vencidos com goleadas, ficam nítidas dificuldades defensivas, mesmo tendo uma figura destacada como Víctor Cuesta. Enquanto os dirigentes seguirem sustentando, em meio a dificuldades financeiras, que não está nos planos a contratação de defensores e que o grupo tem opções suficientes, o futuro colorado estará sob ameaça. A derrota constrangedora para o Táchira foi apenas mais uma prova.
Não é preciso mais dizer que o jovem Zé Gabriel está sendo queimado jogo a jogo ao ser obrigado a se adaptar a uma função da qual não é originário. Também é desnecessário confirmar que Lucas Ribeiro, zagueiro de formação, não é adaptado perfeitamente ao que quer o treinador Miguel Ángel Ramírez. No mais, há outro jovem, Pedro Henrique, que sequer no banco de reservas vem figurando. É preciso escancarar mais a fragilidade do setor?
Ir ao mercado é uma necessidade colorada que parece ignorada ou negligenciada por quem comanda o futebol e que pode estar sugestionado por avaliações altamente discutíveis de quem comanda a equipe ou avalia desempenhos.
Já se pode considerar teimosia não admitir uma realidade cada dia mais clara para todos e perigosa para o clube. É bom também rever a situação na lateral esquerda, em que Moisés jamais foi consenso entre torcedores e analistas e apresenta determinadas jornadas assustadoras, como a na Venezuela na última terça-feira (11). Seu reserva, Léo Borges, teve poucas chances e nunca deu ao torcedor a ideia de estar ali um futuro titular.
Se para o final do Gauchão quem está no Beira-Rio precisa desempenhar porque não há como incluir mais ninguém, o Brasileirão está batendo à porta, bem como a sequência da Libertadores, quando novos atletas poderão ser incorporados aos inscritos.
Não é possível acreditar que o Inter permaneça sem fazer uma sondagem sequer para reforçar seu setor defensivo, seja no miolo da zaga ou no lado esquerdo. Há pouca gente para atuar por ali, e os que estão atuando vivem um desgaste crescente.