O impacto da vaga na Copa Sul-Americana ter saído de uma eliminação em casa na Libertadores, competição da qual o Grêmio está vendo seu maior rival participar, foi uma dureza para os tricolores. Saber que jogariam contra os desconhecidos La Equidad, da Colômbia, e Aragua, da Venezuela, aumentava a desmotivação.
A própria lembrança de que um dia chamaram a disputa de "Segunda Divisão da América" por causa do sucesso do "coirmão" não ajudava em nada. Bastaram os três primeiros jogos, e a coisa começou a mudar. O torneio carinhosamente chamado de "Sula" passou a ter seus encantos, e eles certamente aumentarão.
Se a vitória sobre o La Equidad não chamou muito a atenção pelo magro placar, ganhar do Lanús na Argentina, já sob o comando de Tiago Nunes, mereceu elogios. Já a goleada com jeito de massacre sobre o Aragua, mesmo se tratando de um adversário fraquíssimo, colocou muitos sorrisos na fisionomia dos gremistas.
A vaga do grupo para o início das fases de mata-mata está encaminhada, e começa a haver a sensação de que vale a pena valorizar a Copa Sul-Americana. Agora é a vez de lembrar que bons jogos podem acontecer mais adiante contra outros campeões da América, como Corinthians, Independiente, San Lorenzo ou Peñarol.
É hora de atentar para o fato de o título dar vaga na fase de grupos da Libertadores de 2022 e da premiação que, se não é a maior de todas, é em dólares e garante a disputa da Recopa no ano que vem.
Já está mais bonita a competição. Não existe nos gremistas o desdém de semanas atrás, e não é de se surpreender se à frente não surgir a discussão sobre uma priorização desta competição que pode levar o Grêmio a um título que ele não tem na sua história.
O limão está sendo transformado em limonada. Não tem mais nariz torto para o que um dia foi um prêmio de consolação que não consolava. A Sula não tem a beleza e a importância da Liberta, mas já está sendo bem desejada pelos lados da Arena.