O jogo desta quarta-feira (14) na Arena vale o ano para o Grêmio. Não significa isto que o clube estará alijado de outras disputas ou proibido de ter grandes momentos caso não siga na Libertadores. Eliminar o Independiente del Valle será simplesmente validar o planejamento tricolor para a temporada que tem nesta competição uma prioridade, algo natural para quem já a venceu por três vezes e pegou muito gosto por ela. Será amargo ao torcedor gremista se ele precisar se contentar com a participação na Copa Sul-Americana.
A Sul-Americana para clubes do tamanho do Grêmio só passa a interessar quando a equipe se aproxima da final ou disputa o título. A recompensa tem valor, é muito comemorada por todos que a recebem e capitalizada; afinal é uma competição continental e que dá vaga na Libertadores do ano seguinte. O problema é começar a jogá-la como consolação pela eliminação na disputa maior, especialmente quando o rival está nela. Não consola nada, não apaga as feridas e não motiva os dirigentes a investir o que estava planejado.
Seguir na Libertadores é obter mais dinheiro pelos jogos garantidos, seguir com um pensamento ousado nas contratações e evitar o desconforto de um grupo de trabalho liderado pelo treinador Renato Portaluppi que não escapará do acirramento nas críticas. Não haverá Copa Sul-Americana que apague um eventual fracasso tricolor na fase preliminar. Nem o exemplo do Corinthians de 2011, que saiu de uma eliminação no início do ano para no final conquistar o Brasil e no ano seguinte o mundo, será alento.
Cabe ao time, em campo, resolver seus problemas, seja com as voltas de Kannemann e Maicon ou com o necessário melhor rendimento de Matheus Henrique, Alisson e Pinares. O ano de 2021 começou como um "ano de Libertadores" e assim precisa seguir, sob pena do Tricolor enfrentar um dissabor que há muito não sofre. De nada servirá começar amargamente a Copa Sul-Americana.