Poucas vezes se viu um jogador causar tanta rejeição por parte do torcedor quanto Thiago Santos. O volante de 31 anos contratado pelo Grêmio ficou longe de empolgar os gremistas, até por ser mais um caso que foge ao perfil traçado para as contratações e que tinha na juventude um dos critérios. Há; entretanto como racionalizar e, pelo menos, conferir ao jogador que é o inocente nesta história uma chance bem simples para mostrar utilidade para o elenco.
Basta a Thiago Santos com sua característica de proteção à zaga e força na marcação ter um rendimento melhor do que o apresentado por Lucas Silva desde que chegou ao Grêmio. Lucas neste período se mostrou irregular. Por vezes ele deu a impressão de ter voltado ao futebol dos tempos de Cruzeiro e ser um digno sucessor de Maicon. Em outras oportunidades deixou escancarada a necessidade de reforço para o elenco na posição. O desafio de Thiago está ligado à eficiência com regularidade e pode significar o início de um processo de mudança tática no time. Seu eventual sucesso individual, associado a uma melhora do sistema defensivo, por certo fará muita gente deixar de cobrar o não aproveitamento dos jovens que havia sido sinalizado como regra.
Contra Thiago Santos está o fato de seu passado no Palmeiras ser recordado como apenas razoável e de se saber que o futebol norte-americano, de pouca repercussão por aqui, nunca acrescentou nada como fator de evolução para os atletas. Não há, porém, nenhum fato pontual, seja técnico, tático ou físico que deponha contra ele. Se não foi o reforço dos sonhos para o torcedor, é justo que pelo menos seja dado tempo para se ver quem tem razão. Por mais incoerente que pareça a contratação, ela não pode ser tratada com preconceito.