A aproximação da estreia na Libertadores está criando justificáveis apreensões no Inter. A torcida está ansiosa pela inscrição de Taison na competição, embora não se espere ele em campo na partida diante do Always Ready, em La Paz. No campo, Miguel Ángel Ramírez já deu mostras de quem pretende escalar na Bolívia na goleada sobre o Aimoré pelo Gauchão. Nos bastidores da comissão técnica e de todo o departamento de futebol, nada é mais sério do que a estratégia contra os 3,6 mil metros de altitude.
O planejamento já estava traçado, comandado pelo médico Luiz Crescente, repetindo o que ele implantou com sucesso na Seleção Brasileira em 2017 nas Eliminatórias. Por isso, foi decidido por não treinar em Santa Cruz de la Sierra, encerrando a preparação em Porto Alegre, apenas usando a cidade boliviana como local para passar a noite anterior à partida em La Paz. Deslocar-se para a capital horas antes do jogo é outra decisão que repete o que o foi feito pelo Brasil, mas a Conmebol fez uma exigência que não estava nos planos colorados. Segundo ordem da confederação, é necessário que a delegação esteja na cidade seis horas antes da partida. Com o horário marcado para 18h15min, hora boliviana, a chegada precisa acontecer até o meio-dia.
Em 2017, os jogadores da seleção almoçaram em Santa Cruz de la Sierra e chegaram a La Paz com antecedência de três horas para o confronto, dirigindo-se diretamente para o estádio Hernando Siles. Com um cardápio leve, foi possível aos atletas fazerem a digestão antes de desembarcarem na altitude.
O Inter precisará ir mais cedo e fazer a refeição já sob o efeito dos quase 4 mil metros. Nestas condições, mesmo que não haja uma alimentação pesada, o processo para digeri-la é mais lento e menos recomendável. Os médicos colorados não gostaram da imposição da Conmebol, embora digam que o eventual prejuízo pode ser minimizado. De resto, haverá muitos cilindros de oxigênio à disposição dos jogadores, com utilização intensa prevista para o intervalo.