O desempenho do Grêmio nos últimos jogos do Brasileirão não é empolgante para a torcida na hora de uma decisão como a que começa na noite deste domingo (28) na Arena. Também não se mostra animador lembrar o mata-mata da Libertadores diante do Santos que acabou perdendo para o Palmeiras na decisão desta competição. O que deve dar otimismo aos tricolores, porém, é algo que os palmeirenses, apesar do título da América e do grupo milionário não têm: a experiência nas decisões e um trabalho que, embora mudanças e oscilações perigosas, tem mais tempo de maturação.
É nesta hora que surge a expressão "copeiro". Ela muitas vezes serve para definir que um elenco recheado de individualidades caras pode ser vencido por uma estratégia ou pela experiência. O próprio Grêmio nos tempos de Felipão contra um Palmeiras poderosíssimo deu lição de que isto é real. Os times de agora não se comparam aos que se confrontavam há 25 anos, são muito inferiores, mas a relação é a mesma. Certamente será preciso ao time de Renato Portaluppi resgatar muito da qualidade de futebol de tempos atrás, seja coletivamente ou por individualidades como Matheus Henrique, Jean Pyerre e Pepê. É; entretanto, momento de paciência, de analisar o adversário que contra o River Plate na Libertadores foi muito bem em Buenos Aires, quando os argentinos falharam, entregaram o primeiro gol e não se encontraram mais. O jogo de volta, em São Paulo, foi um dos maiores chocolates da competição, tornando injusta a eliminação do River depois da vitória.
Ser estratégico para este jogo é não depender do fator local, mas aproveitá-lo, é perceber que há uma necessidade de abrir vantagem, mas não botar tudo a perder na sua busca. O que aconteceu na Libertadores de 2019, com uma reversão de expectativa na capital paulista e uma classificação memorável dificilmente será repetido porque não há hoje um Everton Cebolinha e o saldo qualificado. Empate na Arena não é desastre, desde que haja força interna e que não se configure um jogo de dominação adversária. A noite precisa ser de maturidade, evolução técnica, humildade, astúcia e ousadia. Tudo isto junto é que caracteriza os verdadeiros copeiros.