Foi surpreendente quando o técnico Tite anunciou, ao final da entrevista coletiva dessa quinta-feira (12), que o goleiro do Brasil diante da Venezuela será Ederson. Todos esperavam que Alisson, de volta à Seleção, naturalmente seria o titular. O treinador justificou a escolha pela boa fase técnica do jogador do Manchester City, mas provavelmente omitiu uma matemática simples que um bom gestor de grupo sabe usar para fazer uma opção.
O goleiro do Liverpool não perdeu a titularidade na Seleção. Apenas vai ficar no banco contra os venezuelanos por conta de uma compensação bem elaborada pelo comandante da equipe. Ederson não havia sido convocado para os primeiros jogos das eliminatórias por motivo de lesão quando da divulgação da lista. Os chamados foram Alisson, Wéverton e Santos. Antes da apresentação, foi a vez do ex-goleiro do Inter se machucar e ser cortado. Tite consultou os médicos e o jogador que já estava recuperado, e buscou o titular do City numa espécie de segunda chamada.
Para jogar contra a Bolívia na estreia, o escalado foi Weverton, que seguiu no gol contra o Peru. Tite evitou de fazer com que Ederson, mesmo à frente na hierarquia, mas convocado com atraso, furasse a fila. Ele ficou no banco nas duas partidas sem haver qualquer tipo de constrangimento.
Na atual convocação foram chamados os três preferidos da comissão técnica, mas o treinador sabia que precisava premiar Ederson pela resignação e pelo entendimento da situação anterior. A recompensa merecida veio com a titularidade diante dos venezuelanos, ainda que para isto o melhor goleiro do mundo passe para a suplência. É aposta fácil prever o retorno de Alisson contra o Uruguai, colocando todas as coisas no lugar sem ferir hierarquia e meritocracia. Sem prejuízo técnico porque o jogador do City realmente está em grande fase, Tite exercita seu talento como líder e dá exemplo para todos os demais jogadores.