Quando foram trazidos praticamente juntos no início do ano, Diego Souza e Thiago Neves eram vistos com restrições, especialmente em função da idade. Thiago foi um dos maiores fracassos dos últimos tempos, dando razão a quem não confiava nele e agregando fatores negativos à sua inexpressiva passagem pelo clube.
Ao contrário, Diego viveu momentos mágicos no Gauchão, sendo um dos principais jogadores do time e artilheiro da competição. Passados alguns meses, o nível das competições mudou, as marcações melhoraram e os gols ficaram escassos. Ganhando agora um concorrente, o argentino Churín, já não se tem a certeza de que o atual titular é tão absoluto.
Não houve necessariamente uma queda técnica tão grande de Diego Souza. O Grêmio é que enfrenta um sério problema de articulação no meio-campo que afeta o ataque. Sem a figura do articulador como um dia foram Douglas ou Luan, as jogadas individuais pelos lados, sem haver necessariamente o acionamento do centroavante, são comuns.
Sem o armador pelo meio, falta aproximação e parceria para quem fica posicionado e adiantado. A parte que toca ao avante está intimamente ligada à sua condição física. Mesmo com a técnica que tem de quem foi grande volante e meia, hoje se torna proibitivo para Diego sair da área para buscar jogo. Sua função precisa ser a da finalização e para isto é preciso estar próximo da goleira adversária.
Diego Souza se mostrou incomodado ao não ser acionado pelos garotos ofensivos no jogo contra o Juventude. O isolamento é fatal para ele. Experiente, o centroavante sabe que a falta de gols — são apenas quatro no Brasileirão e um na Libertadores — é nociva para quem joga nesta posição. O distanciamento e a falta de velocidade para acompanhar seus companheiros também pesa e o torcedor se mostra implacável.
A existência de um concorrente especialista na função, ainda que praticamente desconhecido, é uma ameaça real. Se o xará Diego Churín estrear bem contra o Bragantino e começar a mostrar serviço logo nos primeiros jogos, o Grêmio pode trocar imediatamente seu comandante de ataque, mesmo que Renato seja extremamente leal a seus titulares.