A disputa eleitoral no Inter para a sucessão de Marcelo Medeiros já começou e ganhou ingredientes importantes com a semana de derrota para o Fortaleza no Brasileirão e perda de mais um Gre-Nal. Não bastassem os resultados de campo, houve também a transformação sofrida no organograma do clube, na qual se destaca a saída do vice-presidente de futebol Alessandro Barcellos, destituído do cargo por Medeiros. Há relação entre estes dois fatos e o futuro do time de Eduardo Coudet? Claro que sim. A eleição de 25 de novembro no Conselho Deliberativo está por ser retirada do vestiário colorado. Pelo menos esta é a tentativa.
O clube estava por ter dois candidatos à presidência dentro de uma mesma gestão, o que inegavelmente é perigosíssimo, por mais que se diga processos eleitorais não influenciem o desempenho em campo. Isto não é verdade e a história tem exemplos claros. Um deles, admitido por quem participou do processo, foi dado pelo Grêmio em 2008. O clube virou o primeiro turno do Brasileirão com folga sobre o segundo colocado e chegou a ter 12 pontos de vantagem sobre o São Paulo que seria o campeão.
Paralelo ao decréscimo técnico da equipe no returno, houve praticamente um abandono da prioridade para a competição por parte dos dirigentes, uma vez que o comandante do departamento, André Krieger, se posicionou contrário ao candidato apresentado pelo presidente Paulo Odone. Krieger abertamente apoiou o oposicionista Duda Kroeff que venceu a aleição contra o situacionista Antônio Vicente Martins. A distensão interna foi notada pelos profissionais do vestiário e o que era um título até provável se transformou num amargo vice-campeonato.
Imaginem a situação agora no Inter, onde poderia haver dois candidatos de fato e de direito convivendo com o elenco, enquanto outros postulantes atuam externamente. Por certo seria muito mais complicado para o dirigente executivo do futebol, no caso Rodrigo Caetano, explicar e dar confiança numa hora de necessidade. A saída de Alessandro Barcellos minimiza o desafio colorado, mas a ausência de um dito "dirigente político" junto com o gestor profissional foge da tradição dos clubes gaúchos. Pelo menos agora os jogadores sabem que o candidato oficial da diretoria será Alexandre Chaves Barcellos e não conviverão com uma confusão em que existe até uma semelhança nos nomes dos dirigentes. Bem ou mal, não havendo divisão eleitoral na gestão, está se tentando se evitar uma má influência que foi provada deu o pior resultado possível para o grande rival há 12 anos.