A possibilidade da volta de Alexandre Pato mexeu com o Inter em todos os setores. A diretoria se ocupa em buscar o acerto e uma boa negociação em um momento complicado financeiramente. O técnico Eduardo Coudet já foi questionado e evitou entrar em detalhes ou avaliações. O torcedor se agita, principalmente através de redes sociais, e a aprovação se mostra como tendência. O próprio ambiente interno colorado acaba afetado, uma vez que ainda há muita gente que conviveu com o jogador até sua saída, em 2007.
Trabalhando hoje com as categorias de base do Inter, o ex-jogador Iarley será um dos amigos a reencontrar Pato, caso se confirme sua volta ao clube. Parceiro de ataque campeão mundial em 2006, foi ele quem disse naquele primeiro treino do então garoto de 17 anos que só havia visto alguém com tal capacidade técnica naquela idade quando do surgimento de Ronaldo Fenômeno. O treinamento lembrado por Iarley foi o momento em que Alexandre Pato foi apresentado ao técnico Abel Braga, duas semanas antes da viagem colorada para o Japão para ver se o jovem tinha condições de ser incluído na delegação.
Sempre que recorda aquele momento, Iarley mantém o entusiasmo com o que viu:
— O Pato entrou no time reserva, fez três gols driblando toda a defesa titular com o Índio e o Fabiano Eller e, num deles, ainda colocou a bola por baixo das pernas do Clemer. O Abel simplesmente encerrou o coletivo. No jogo de estreia, fez um golaço e deu assistência para outros dois contra o Palmeiras.
A carreira de Alexandre Pato nunca saiu da observação do ex-companheiro que preocupou-se com as lesões, acompanhou os noticiários sobre assuntos fora dos gramados, mas, acima de tudo, sempre esteve na torcida e vibrando com gols. Ainda em 2017, quando Pato esteve no Villarreal, da Espanha, sem bom desempenho, Iarley, participando do programa Cardápio do Zé, fazia questão de ratificar sua confiança:
— O Pato conquistou muitas coisas. Estamos sempre na expectativa de ele ser um dos melhores do mundo. Ainda torço por ele. É um menino bom, de bom caráter e que tem todas as ferramentas para brilhar.
Passados três anos, Iarley poderá ter a oportunidade de repetir esta expectativa e expô-la diretamente para o amigo que conheceu menino e que agora já está com 30 anos, mas ainda precisando convencer com seu futebol que um dia foi comparado a Ronaldo. Certamente, será um reencontro importante para ambos.