Repetiu-se a história. O Grêmio foi mais maduro, mais equilibrado e mais eficiente. Segue a série invicta tricolor em clássicos, que já chega a nove. O time de Renato sabe enfrentar o rival que se mostra traumatizado, vivendo um bloqueio quase que completo, enquanto o adversário, mais cascudo, ganha ao natural.
Tudo o que parece evolução colorada antes dos clássicos desmorona quando se desenvolve o confronto. A posse de bola, sempre maior do que a do Grêmio, se torna inóqua. O ataque, cujos problemas pareciam resolvidos, com Thiago Galhardo e Guerrero se entendendo, sucumbiu inapelavelmente diante da dupla Geromel e Kannemann mais uma vez. A intensidade proposta por Eduardo Coudet mais uma vez durou poucos minutos e a nada levou. Se o treinador colorado já se mostrava desconfortável por não ganhar Gre-Nal, seus motivos devem estar muitiplicados.
O Grêmio está dando aula de jogar Gre-Nal. O time de Renato sabe, como poucas equipes na história do clássico, ser superior ao rival. Antes mesmo da vantagem tática e técnica, há uma personalidade vitoriosa adquirida pelo grupo que intimida o rival. Se do outro lado há trauma, quase pânico, com perda até do controle emocional, entre os jogadores tricolores funciona uma fórmula que abstrai as coisas ruins como a atuação fraca diante do Novo Hamburgo. Definitivamente, o atual time gremista está gostando de jogar Gre-Nal porque sabe que vai superar o Inter.
São muitas as soluções que Coudet terá de encontrar no Inter. No Rio Grande do Sul, não adianta evoluir, jogar bem ou impor estilo, se não ganhar Gre-Nal. Já para Renato, a vitória em mais um clássico serve para ratificar sua condição de especialista neste confronto, mas o coloca como franco favorito para ser campeão, quase uma obrigação tricolor pela diferença de grandeza contra o brioso e ambicioso Caxias.