Já foram mais do que divulgadas as irregularidades na gestão colorada entre 2015 e 2016. Quem as causou merece ser punido no âmbito do clube, e pode ser até na vida privada, conforme ações que correm por conta do Ministério Público. Não há nenhum absurdo em determinar que Vitório Piffero e alguns de seus companheiros de diretoria não possam mais ser colocados em cargos políticos do Inter.
Há, porém, um aspecto a ser analisado na manutenção da exclusão dele inclusive do quadro de associados do clube e que não é norteada necessariamente por questões técnicas ou políticas dos conselheiros. Piffero não é mais sócio também por rejeição pessoal.
A exclusão definitiva do ex-presidente do Conselho Deliberativo, do qual era membro nato, e uma inelegibilidade vitalícia em cargos no clube seria suficiente para a instituição. Vitório Piffero não pode mais ser sócio não só porque teve uma gestão desastrada e avaliada internamente como fraudulenta. Ele é escorraçado do Inter porque passou a ter inimigos pessoais, e não mais adversários políticos. É verdade que ele deu causa a inimizades com um temperamento difícil e com boa dose de arrogância, quase truculência.
Uma punição já está imposta a Piffero há muito tempo, e é eterna: o constrangimento público. Ele não mais frequenta naturalmente todos os ambientes que frequentava nos tempos de Campeão da América. Sua vida privada está comprometida muito além das fronteiras do Beira-Rio. A família chega a sofrer as consequências. Para os conselheiros, a coisa mais fácil que poderia ser feita era virar o dedo polegar para baixo, como faziam os imperadores romanos condenando os cristãos à morte. Deixar Vitório Piffero fora inclusive do quadro social é tentar apagar a história deste mesmo Conselho que um dia o aclamou. Só falta retirarem a foto da galeria dos ex-presidentes.