Quem vê o aparato científico que envolve a volta aos trabalhos da dupla Gre-Nal por certo renova o orgulho de ter no Rio Grande do Sul clubes como esses. Todos os protocolos médicos estão sendo seguidos, kits de testes comprados, barracas montadas nos CTs para ninguém ir para os vestiários. Todos de máscaras e ainda algumas pessoas vestidas como se fossem seres do futuro, com uma indumentária sofisticada para não haver contágio pelo coronavírus.
Faltando ainda o retorno das atividades mais convencionais com bola, não haveria nenhum exagero em colocar como possível que Grêmio e Inter tivessem condições de fazer um hipotético clássico num prazo médio de tempo.
De outra parte, pensar no Gauchão retornando com seus outros 10 clubes passa a ser um sonho bem mais distante. Sequer há a liberação de treinos em todas as cidades do Interior envolvidas.
Exames
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) não garantiu ainda o pagamento dos exames, fundamentais para a normalização das atividades. Chegou a se falar em testes por amostragem, o que é condenado pelos virologistas. Há ainda a preparação dos locais de treinamentos, a logística mais cara nas viagens e, para alguns clubes, a própria definição de um novo elenco.
É hora de se respeitar os limites das equipes interioranas, seja dando a elas o apoio que precisam, não expondo a dura realidade de quem peleia permanentemente para manter acesa a chama do futebol.
Reunião
Não é preciso torcer para que haja bom senso no encontro desta terça (5) entre o governador do Estado e o presidente da Federação. Ambos estão sendo exemplares em suas atitudes diante da pandemia, cada um dentro da sua responsabilidade. O que Eduardo Leite e Luciano Hocsman encaminharem para depois ser levado aos clubes terá, por certo, uma sustentação médico-científica. Mesmo que haja divergência diante do que for decidido, a decisão merecerá a torcida de todos para que dê certo.