Neymar é a grande ausência técnica da Seleção Brasileira. Até aí, nenhuma novidade, por mais que se misture o futebol com a vida pessoal do craque do PSG. Há, porém, alguma saudade tática que certamente bate forte no coração do técnico Tite. A Seleção, mesmo tendo um talento ascendente e raro como Arthur, ainda se ressente do entendimento entre Paulinho e Renato Augusto, uma dupla que foi fundamental na melhor fase do Brasil sob o comando do atual treinador.
Arthur mostra bom entendimento com Casemiro, mas carece de alguém ao seu lado para uma busca mais efetiva do ataque. O ex-gremista está sendo provocado a isto, seja no Barcelona ou na Seleção, mas não tem o desprendimento e a efetividade ofensiva de Paulinho, verdadeiro fenômeno em termos de volante-artilheiro que brilhou com Felipão e Tite na Seleção, mas que com ambos fracassou nos mundiais em 2014 e 2018 por más condições físicas.
Renato Augusto foi, desde os tempos de Corinthians, o protótipo do “ritmista” tão buscado pelo treinador atualmente e que Philippe Coutinho não consegue ser.
O pouco que jogaram na última Copa do Mundo e o fato de estarem no distante futebol chinês não recomendavam as convocações de Paulinho e Renato para esta Copa América. Talvez eles tenham realmente virado passado na Seleção, mas é urgente a busca de uma composição nova que garanta mais solidez ao meio-campo, principalmente para um melhor desempenho ofensivo.