Dizer que o Inter foi uma decepção diante do River Plate é uma grande demasia, um erro. O placar de 2 a 2, da maneira como se construiu, provavelmente frustrou os colorados. Mas a situação na tabela, associada à qualidade coletiva do primeiro tempo, não deixam um legado negativo do empate. A liderança é tranquila no grupo e os argentinos é que estão ameaçados.
Fica o consolo de ter encarado o campeão da América com superioridade durante parte do confronto e de não ter sofrido uma virada que, aí sim, mancharia a partida que registrou recorde de público no Beira-Rio após sua reforma. Este é o lado bom da história.
Há, porém, um alerta muito sério saído do jogo dessa quarta-feira (3), véspera dos 110 anos do clube. Se o Inter pensa em título da Libertadores, algo que Odair Hellmann prefere evitar de falar, ainda que seja o sonho do torcedor, a equipe deve tratar de melhorar o desempenho quando enfrentar times da qualidade de um campeão continental e postulante natural à conquista.
O que se viu não foi ruim, mas é insuficiente. Ficou a impressão de que o time colorado atuou no seu limite na etapa inicial e não suportou física e taticamente sua própria intensidade, permitindo um justo empate. Este River, é bom lembrar, não é o time ideal de Marcelo Gallardo, pois jogou com pelo menos quatro desfalques importantes e, mesmo assim, foi dominador a partir do final do primeiro tempo.
Assim como o River Plate, há outros grandes times pelo caminho na Libertadores, bem diferentes do Palestino e do Alianza. A realidade colorada já tem que apontar para as oitavas de final, quando a régua vai subir. A única certeza positiva imediata é Paolo Guerrero.
Mesmo pensando jogo a jogo, como gostam de falar no Beira-Rio, há que se buscar consistência para que a equipe tenha menos desgaste, ainda que jogando em ritmo forte. Menos mal que há tempo. Que haja também diagnósticos neste sentido.