O Brasileirão mais uma vez vai exigir do Grêmio o aproveitamento de praticamente todos os jogadores do grupo. Possivelmente haverá a polêmica entre revezar escalações ou usar os titulares, algo que o técnico Renato Portaluppi já está acostumado e não o abala. O que o treinador pode fazer é buscar titulares entre seus suplentes. O que ocorreu com Matheus Henrique e Jean Pyerre no Gauchão pode se repetir no Brasileirão na lateral esquerda.
Bruno Cortez chega a comover por sua determinação, pela entrega e o comprometimento com a equipe. Ele é o típico caso de alguém que valoriza e é grato pela chance que o Grêmio lhe concedeu. Sua capacidade defensiva e a vitalidade têm sido a compensação para a deficiência no ataque, ainda que chegue ao fundo de campo com muita facilidade. Mas seu pecado está no acabamento.
Pedindo uma chance e com características opostas, Juninho Capixaba é notável como lateral ofensivo. Chegou a estar entre os artilheiros gremistas no Gauchão e mostra grande capacidade de participar das jogadas de combinação, tanto que já foi utilizado no meio-campo. É um típico caso de armador que atua pelo lado. Seu pecado é na parte defensiva, algo que faz com que a cobertura esteja sempre atenta.
Os últimos jogos de Cortez, seja na decisão do Gauchão ou na Libertadores, mostraram atuações apenas regulares, com muitas jogadas desperdiçadas no ataque. Aproveitando a abertura do Brasileirão, Renato deveria pelo menos testar Capixaba na equipe com a parceria dos demais titulares.
Caberia ao treinador trabalhar o sistema de cobertura pela esquerda para ter aquilo que ele tanto aprecia; a qualidade e a efetividade no ataque. Possivelmente até Everton venha a se beneficiar de alguém com a sua vocação ao seu lado na busca dos gols. Provavelmente o centroavante (André, Vizeu ou Tardelli) agradecerá também um acionamento mais qualificado e uma presença a mais na área.
Se não der certo, Cortez é uma confiável bola de segurança para voltar sem abalo algum. Vale, entretanto, pelo menos experimentar a mudança.