Sou o tipo de pessoa que gosta de ver o lado bom das coisas. Claro que nem sempre é possível, pois ter bons olhos para as situações não significa estar com vendas em um mundo paralelo. É possível aplicar isso ao futebol. A temporada do Inter até o momento é regada a críticas negativas, e não teria como ser diferente. No campo e fora dele, o caminho trilhado não é dos melhores.
A Copa do Mundo de 2014 deixou algumas cicatrizes nos clubes brasileiros. Toda movimentação para conseguir ter estádios no famoso padrão Fifa rendeu alguns péssimos negócios. No caso gremista, até existiu a tentativa de participar do mundial. O ex-presidente do Grêmio, Paulo Odone, dentro desse processo de grenalização, tentou colocar o novo estádio tricolor à frente do Beira-Rio, na esperança de que as obras da Padre Cacique não ficassem prontas.
Essa corrida fez com que o lado azul não fosse tão rigoroso nos moldes contratuais da sua nova casa. Enquanto do lado vermelho, o ex-presidente colorado, Giovanni Luigi, enfrentou um longo período de negociações, que colocou em xeque a capacidade do Inter de entregar a reforma do Beira-Rio a tempo. A resiliência de Luigi fez com que o Gigante se tornasse um grande negócio para os colorados. Além da reforma e visibilidade de uma Copa do Mundo, o clube não entrou em dívidas e continua sendo o principal administrador do estádio.
A realidade é que dificilmente o Grêmio deixará de jogar na Arena. Porém, é impossível negar o constrangimento que envolve toda essa situação. Por outro lado, fica a tranquilidade colorada de ter no Beira-Rio a sua casa como sempre foi.
A modernização dos nossos estádios em Porto Alegre mostra como a rivalidade pode prejudicar A ou B em algumas situações. Desta vez, quem paga o pato é o Grêmio e sua penhora.