Gosto muito da expressão “o campo fala”, pois o desempenho em campo não olha para a idade, não considera passado, não mente. No caso de Gustavo Prado, o “campo está gritando”. Gritando para que ele seja titular. Ele foi o melhor do Inter na derrota para o Athletico. Mas não é de hoje que esse jovem de 18 anos está pedindo passagem e, agora, não tem mais como evitar a titularidade. Mas como ele chegou ao Inter? Não havia “barulho” nos bastidores da base sobre ele.
Prado chegou ao Inter em 2023, após se destacar na Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha. Resultado de um trabalho coordenado por Gustavo Grossi, então diretor esportivo das categorias de base, demitido no início deste ano, e que teve apoio do Centro de Análise e Prospecção de Atletas (CAPA).
Grossi e CAPA criaram uma “rede” de profissionais do clube que foram enviados para observar jogadores durante a Copinha. Após cada rodada, esses profissionais se reuniam e elaboravam relatórios sobre os jovens que se destacavam na competição. Foi então que surgiu um camisa 10 que encantou um dos olheiros. Capitão do time da Ferroviária de Araraquara (SP), Prado passou por um último “crivo” de Gustavo Grossi antes de assinar contrato com o Inter.
Gustavo jogou pelo lado, sempre que Eduardo Coudet o colocou em campo, mas me garantiram que ele é o “10 clássico”. A jogada do gol perdido por Borré, no último domingo (21), fala muito sobre a capacidade de criação do jovem jogador. Habilidade que ele desenvolveu no futsal, quando deu os primeiros passos no Madureira, do Rio de Janeiro.
O contrato com o Inter, que detém 70% do passe de Gustavo Prado, vai até julho de 2026. Entretanto, o representante do jogador deve chegar a Porto Alegre nas próximas semanas para tratar da ampliação do vínculo. Quem conhece afirma que o meio-campista tem futuro.
— O Gustavo é muito na dele, tem cabeça boa e é muito focado. Vai longe — me garantiu uma pessoa do clube.
É só o começo de uma trajetória que está deixando de ser promissora para virar realidade.