Se você está preocupado ou entusiasmado com o Sete de Setembro que se avizinha, espere para ver o que acontecerá em 2022. Esta terça-feira será só um ensaio. No próximo ano, estaremos celebrando os 200 anos da Independência, poucos dias antes da eleição mais tensa da História recente do país. Datas redondas exercem sobre nós a mesma fascinação que a luz sobre as mariposas.
Estejamos atentos, então, na terça-feira, para o ensaio geral de loucura , do devaneio e da absoluta incompreensão do que deva ser um país. Força, fogo, intolerância, radicalismo, burrice. Tudo em nome da algo que passa longe da única fórmula que garante o sucesso de um projeto de Nação, mas que turbina a disputa imediata pelo poder.
A desumanização do outro é uma estratégia perigosa e surrada mas que, infelizmente, ainda funciona em contextos de polarização induzida. No futuro, aconteça o que acontecer, 2021 será lembrado como o ensaio de 2022. Ao menos que alguém encontre um novo grito que consiga unir e emocionar. E não basta berrar. É preciso ser ouvido. E é aí que tudo fica mais complexo.