Nem todos os empresários e representantes de entidades que compareceram aos eventos com o presidente durante sua visita ao Rio Grande do Sul são apoiadores fanáticos de Bolsonaro.
Existe um ritual democrático cada vez menos exercitado, mas de vital importância para o correto funcionamento de uma sociedade: as relações institucionais.
De direito e de fato, Jair Bolsonaro é o presidente eleito do Brasil, gostemos ou não. Representantes de empresas, de associações, de federações e de outros poderes têm o dever de, pelo menos, tentar uma interlocução qualificada com o chefe do Executivo, o que é bem diferente de adesão. Aliás, a saúde de uma democracia se mede, em grande parte, pela capacidade de diálogo entre as diferenças. Mesmo que o interlocutor principal não ajude, pela sua postura conflitiva, cada um deve exercer seu papel, que não é necessariamente pessoal, mas sim de representação de interesses perenes e coletivos.
Os presidentes passam, as instituições ficam.