Quando a vida começar a voltar ao normal, um grupo de pessoas continuará precisando de cuidados especiais. Enquanto uma vacina ou remédio eficiente para a covid-19 não forem testados e aprovados, os 60+ continuarão em casa. Os riscos para esse público são maiores. Por isso, centenas de milhares de gaúchos grisalhos precisão persistir no isolamento por mais tempo, já que, desde o começo da pandemia, têm menos contato com o vírus e, assim, não adquirem imunidade natural a ele.
O infectologista Alexandre Zavascki faz um alerta adicional. Ainda é cedo para sabermos como as defesas das pessoas contaminadas e curadas irão se comportar. Se durarão para sempre ou por período determinado, como ocorre com algumas doenças similares à covid-19. Por isso a importância de uma vacina, que já vem sendo testada e pode chegar até o ano que vem.
Os desafios de atenção ao público 60+ começam pelo estabelecimento de políticas públicas de atenção domiciliar, mas os efeitos vão muito além. Da convivência familiar aos serviços de tele entrega, ser idoso, daqui para frente, será diferente do que foi até agora. Mudar hábitos de convivência e adaptar serviços são realidades que precisam de planejamento anterior.
Martin Henkel, criador da SeniorLab, consultoria especializada no público 60+, alerta para a importância da sintonia das marcas com essa nova realidade. E cita um exemplo concreto. Em função das características do sistema auditivo das pessoas com mais idade, os sons agudos são menos percebidos. "Por isso, vozes mais graves são recomendadas em serviços de tele atendimento para esse público", aconselha.
O Rio Grande do Sul é o Estado com maior percentual de 60+ no Brasil. Isso nos abre oportunidades de estar na vanguarda de um processo humano e econômico que, em breve, chegará ao restante do país.