O momento é de tristeza e de solidariedade. Mara Rúbia Silva Cáceres, técnica de enfermagem, 44 anos, foi a primeira profissional de saúde a ser vitimada pelo coronavírus no Rio Grande do Sul. No mundo todo, milhares de homens e mulheres se arriscam para salvar vidas. Merecem o mais profundo respeito e carinho de todos nós. Dados do fim de março da Itália apontam que 8,3% dos infectados no país são médicos, enfermeiros e auxiliares que trabalham em hospitais e clínicas.
Mesmo em meio à dor, é preciso compreender as circunstâncias da morte de Mara Rúbia, não apenas para apontar eventuais falhas, mas para evitar que se repitam. Mara trabalhava no Grupo Hospitalar Conceição, responsável por cerca de 30% dos atendimentos pelo SUS na Região Metropolitana. Todas as empresas são obrigadas, por lei, a manter uma ficha de saúde atualizada dos seus funcionários. Certamente Mara Rúbia tinha uma. Cabe agora investigar esse documento e constatar se nele havia o alerta sobre a asma da auxiliar de enfermagem. E, se a informação está lá, porque ela não foi afastada.
Não só o Conceição, mas todas as organizações que seguem ativas deveriam adotar esse procedimento urgente, investigando e atualizando as informações médicas dos seus colaboradores. Independentemente disso, nos cabe agora reforçar a relevância dos cuidados com os públicos mais expostos. E, mais uma vez, lamentar a morte de Mara Rúbia e agradecer a todos aqueles que cuidam de nós.