Em princípio, desconfio de tudo o que venha do governo iraniano. Acertar um avião civil com um míssil, por engano, é hoje ainda mais improvável do era em 1988, quando americanos derrubaram um Airbus A300 da Iran Air com 290 pessoas a bordo. De lá para cá, a tecnologia evoluiu demais para que acidentes como esse sejam creditados a um erro humano.
O governo do Irã é formado por um bando de fanáticos. Mulheres e gays são tratados como inferiores. Lá, ser homossexual é crime. E ainda tem gente por aqui que tenta relativizar, só porque os aiatolás são contra o que denominam de "imperialismo americano". Esse imperialismo, mesmo com suas falhas, contribui para a Humanidade, em um mês, mais do que a teocracia sanguinária de Teerã em toda a sua existência.
O relativismo cultural nos ensinou, durante muito tempo, que era feio julgar uma cultura levando em conta os valores de outra. Tomados por um surto de estupidez, passamos a enxergar atrocidades injustificáveis como "parte de um sistema cultural soberano". Bobagem.
Existem valores que precisam ser defendidos universalmente. O respeito às mulheres, à livre expressão e a todas as minorias são causas que independem de tempo e espaço. Nenhuma venda de frangos ou de petróleo é mais importante do que isso. O regime iraniano, que espalha sua influência pelo mundo, é uma ameaça real. Precisa ser enfrentado antes que seja tarde. A guerra ainda não é a única opção. Pressões econômicas e políticas são armas poderosas. É horas de usá-las, de forma plena e organizada.
O Irã abriga uma civilização antiga e de grandes feitos. Em 1979, como reação a um regime corrupto, foi tomado por radicais religiosos e submergiu nas sombras. Oprimem seu próprio povo, matam adversários, censuram os meios e pretendem espalhar seu fanatismo pelo planeta.
Detê-los não é mais uma questão de escolha.