Impedir ex-governadores de receber pensão é uma baita injustiça. Para corrigir eventuais distorções, bastaria uma única mudança. Ex-inquilinos do Piratini seriam avaliados com base em seus desempenhos. É só anotar as suas promessas de campanha. Terminado o mandato, um conselho independente avaliaria se os compromissos foram cumpridos. Aí é só calcular.
Para que a equação seja realmente correta, as promessas não cumpridas acarretariam uma penalidade. Dessa forma, governadores que não entregaram o que prometeram poderiam, em tese, pagar multa vitalícia aos cofres que ajudaram a delapidar. A implementação desse novo modelo resolveria muita coisa. Os candidatos, durante os debates, redobrariam os cuidados ao jurar que resolverão todas as mazelas do Estado. Porque na hora da campanha, o que mais se escuta é "eu vou fazer". Depois, muda para "s Assembleia e as corporações não deixaram", como se esses dois protagonistas não existissem na hora da enganação eleitoral.
Nas empresas privadas, os principais executivos são remunerados, em boa parte, pelos seus desempenhos, baseados em metas desafiadores, mas factíveis e contratadas entre as partes. Um governador tem mais poder e responsabilidade do que qualquer CEO de empresa privada no Rio Grande do Sul. No entanto, suas decisões afetam os bolsos de milhões de pessoas, mas não diretamente o dele. Mudar essa lógica mudaria o Estado – para melhor.