Um momento importante para a comunidade católica: o gaúcho monsenhor Jorge Pierozan foi ordenado, neste fim de semana, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. A cerimônia foi na catedral da Sé.
Causou surpresa até mesmo para Pierozan, natural de Vanini, no Norte do Estado, a indicação do seu nome pelo Papa Francisco. O currículo do homem de 55 anos não é exatamente usual: os estudos em teologia estão profundamente ligados à vivência junto aos povos ciganos e circenses. Trabalhou com eles nos anos 1990, por meio de um projeto da Pastoral dos Nômades do Brasil, em São Paulo.
– Eu vivi intensamente junto ao povo cigano. Enquanto estudava teologia no Instituto Teológico Pio XI, morava em acampamento, trabalhava com artesanato e pedras preciosas. À noite, fazia missas na minha tenda. Quando tinha muita gente, a missa era na barraca do chefe, bem maior.
No mês passado, antes de assumir a missão de bispo-auxiliar, Jorge esteve em Roma e percebeu na fala do santo padre uma tendência:
– O papa quer bispos do povo, que se identifiquem com as pessoas, não importa quantos diplomas têm. Os craques em teologia têm um trabalho importante a fazer principalmente em universidades e seminários – lembra Jorge.
Ontem foi seu primeiro dia na cúria central de São Paulo, onde auxiliares ficam durante aproximadamente 6 anos. Depois, a esperança é retornar para comandar uma diocese em solo gaúcho.
*Produção: Letícia Paludo