Pesquisadoras da UFRGS desenvolvem embalagens à base de amido e resíduos de mirtilo. Além de biodegradáveis, os materiais são inteligentes— mudam de cor quando o alimento se torna impróprio para o consumo e podem colaborar para prolongar seu prazo de validade. O projeto é da engenheira química Cláudia Luchese, com orientação das professoras Isabel Tessaro e Jordana Spada.
O projeto atende a uma demanda cada vez mais urgente: encontrar substitutos para os plásticos convencionais. Estudo publicado na revista Science Advances aponta que, nos últimos 70 anos, foram descartadas cerca de 6,3 bilhões de toneladas do material no meio ambiente. Apenas 9% foi reciclado.
O amido foi escolhido por ser uma matéria-prima abundante, não tóxica, biodegradável, de baixo custo de comercialização e disponível em todo o mundo. Já a opção pelo uso de mirtilo se deu pelo fato de a fruta ser rica em antocianinas, uma classe de compostos capazes de mudar de coloração ao serem submetidos a diferentes valores de pH.
Como o alimento muda de pH conforme vai se deteriorando, principalmente produtos cárneos, a embalagem vai ficando com uma coloração azulada, amarelada ou amarronzada.