Um investimento invisível, que nunca será usado – tomara -, mas que evitaria as cenas que chocaram o Brasil e o mundo. O sistema de supressão de incêndios Argonite tem como base um gás que atua na redução do oxigênio, um dos três elementos necessários para a existência de fogo, juntamente com o combustível e a ignição. Encontrado em alguns dos museus mais conceituados do mundo, ele está instalado nas áreas onde há obras guardadas na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.
Além de eficiente e rápido – a previsão de efeito é de 60 segundos – o sistema não impede a visibilidade no local e, por não usar água ou outros líquidos, preserva telas, papel, tintas e outros materiais usados nos quadros e gravuras.
Normalmente, a concentração de O2 no ar é de 20,8%. Quando o Argonite é acionado, ela cai rapidamente para níveis entre 10 e 14%, nível insuficiente para a propagação do fogo, mas que não impede que pessoas respirem no local.
Além desse sistema, a Fundação Iberê possui filtros especiais de ar e sensores de laser que detectam partículas de combustão. Construído a partir de um projeto do arquiteto português Álvaro Siza, o prédio da beira do Guaíba é referência mundial em estética e cuidados com o acervo que abriga.