O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, lamentou o incêndio que consumiu o Museu Nacional na noite deste domingo (2) e fez críticas indiretas à administração do local, que é de responsabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em entrevista ao programa Gaúcha Faixa Especial, ele afirmou que o risco de incêndio já havia sido identificado em inspeções.
— É a terceira instalação da UFRJ que, nos últimos anos, sofreu um incêndio devastador. A universidade tem tido dificuldades e problemas para gerir o patrimônio que está sob a sua guarda — disse.
Leitão também citou que, em 6 de junho, foi assinado um contrato junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o patrocínio de R$ 21,7 milhões — parte do dinheiro seria voltada à prevenção de incêndios. Em análises anteriores, já teria sido constatada a "fragilidade" do local:
— O fato é que providências não foram tomadas anteriormente para evitar que isso acontecesse. Não é de uma hora para outra que o museu chegou nesse estado. Foi um processo de anos.
Embora lamente a "perda imensurável", o ministro assegurou que "boa parte" do material do Museu Nacional está guardada em uma reserva técnica, que não fica no prédio incendiado. Nesta segunda-feira (3), o governo federal deve iniciar a elaboração de um projeto de reconstrução do espaço, além de apurar a causa, a responsabilidade e a quantidade de material perdido.
O acervo conta com mais de 20 milhões de peças das áreas de antropologia, botânica, entomologia, geologia e paleontologia, além de documentos históricos do trabalho científico feito no país nos últimos 200 anos e mais de 474 mil obras bibliográficas. O prédio também serviu como palácio da família real portuguesa. Em 1938, foi tombado pela antiga Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).