A Exposição Heróis DC, que será inaugurada nesta quarta-feira (30) no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, é programa para toda a família: crianças, adolescentes, pais e até avós. Afinal, suas atrações são personagens octogenários: Superman, criado em 1938, Batman, nascido em 1939, Flash e Lanterna Verde, os dois surgidos em 1940, Aquaman e Mulher-Maravilha, ambos de 1941.
Na manhã desta terça (29), participei de uma visita para a imprensa na área de 1,3 mil metros quadrados localizada dentro do shopping — em frente à loja da Nike, entre a Animale e a Youcom —, aberta de segundas a sábados, das 10h às 22h, e aos domingos, das 11h às 20h, com ingressos a R$ 60 (R$ 30 a meia entrada) durante a semana e R$ 80 (R$ 40 a meia) nos sábados e domingos. São 18 salas imersivas e bem mais interativas do que a do Mundo Pixar, realizada no Barra no ano passado.
Montada originalmente em São Paulo, onde estreou no dia 20 de junho de 2024, a Exposição Heróis DC tem a chancela da Warner, dona da DC Comics, e a curadoria de Ivan Freitas da Costa, que tem no currículo a mostra Quadrinhos (2018-2019, no Museu da Imagem e do Som, na capital paulista) e a Batman Experience (que estreou em 2019). Ele também é cofundador da CCXP, a maior convenção de cultura pop da América Latina, e CEO da Chiaroscuro Studios, uma agência de artistas de histórias em quadrinhos.
Na apresentação para jornalistas e influenciadores, Ivan disse que a exposição busca conversar com diferentes públicos: desde o fã hardcore que acharia inadmissível a ausência de um arte original de Alex Ross ao sujeito que só recentemente tomou conhecimento dos personagens da DC, por causa das aventuras cinematográficas, passando por uma turma mais velha que leu gibis na infância e na adolescência mas depois se desconectou desse universo e, claro, pela gurizada que atesta o duradouro fascínio dos super-heróis. Aliás, a mostra nasceu do encanto de um menino de quatro anos, afirmou o gaúcho de Alegrete radicado em Florianópolis Fernando Ligório, CEO do Grupo 4ZERO4, que, via Hit Makers, é um dos produtores do evento. Antes do tour desta terça, ele exibiu um vídeo em que seu filho aparece fantasiado, primeiro, de Superman, imitando a clássica pose de voo, e, depois, de Flash, simulando a supervelocidade.
Crianças assim devem ficar com os olhos vidrados diante de estátuas gigantescas, enquanto os grandinhos podem encontrar pequenos tesouros. Como, por exemplo, desenhos originais de John Byrne, Howard Porter e Ivan Reis. E pequenos e adultos vão se juntar no reconhecimento das vozes dos dubladores dos personagens da DC no Brasil, que gravaram locuções exclusivas para a exposição.
O passeio começa por um túnel cujas paredes reproduzem centenas de capas de HQs, das mais antigas às mais novas. O primeiro núcleo da exposição é dedicado ao Superman, com a Fazenda Kent, o Celeiro, Metrópolis, o jornal Planeta Diário e a Fortaleza da Solidão. Entre os cenários instagramáveis, está o da réplica em tamanho grande da revista Action Comics número 1: o visitante pode tomar o lugar do Superman e erguer o carro dos bandidos.
Batman também tem um latifúndio. De Gotham City, onde um painel exibe o mapa oficial da cidade, vamos à Batcaverna, onde foi irresistível o convite para sentar na cadeira que o Homem-Morcego ocupa enquanto opera seus computadores e monitora suas telas. E há ainda uma reprodução do Batmóvel usado no filme Batman: O Retorno (1992) — mas neste não dá para entrar.
Depois, vamos para a Galeria dos Vilões e para o Covil do Coringa, salas que fazem uma pergunta pertinente: não foram os inimigos fabulosos que transformaram Batman em um dos maiores heróis do mundo? Tipos como Pinguim, Charada e Mulher-Gato fornecem um contraponto intrigante ao caráter do Cavaleiro das Trevas: muitos também passaram por uma tragédia pessoal, mas acabaram seguindo o caminho do mal; muitos também adotaram um animal como referência para sua atuação; muitos são obsessivos e extremamente inteligentes; muitos espelham o que Bruce Wayne poderia ter se tornado, como o Duas-Caras, o ponto de desequilíbrio entre justiça e vingança. Um detalhe assombroso é o do cabide que exibe o figurino do Coringa na história em quadrinhos A Piada Mortal (1988).
Por falar em piada, a sala do Jato Invisível é uma boa sacada de humor e faz a transição para os outros personagens clássicos da DC, iniciando pela Mulher-Maravilha. Em seguida, há os espaços para celebrar Aquaman, Flash, Shazam, Lanterna Verde e os Jovens Titãs. Destaque para as interatividades ligadas ao Lanterna. Dá para descobrir o poder do anel — que já virou motosserra e até cupido nas páginas dos gibis — e fazer o célebre juramento do personagem, em português ou inglês: "No dia mais claro, na noite mais densa, nenhum mal escapará à minha presença, todo aquele que venera o mal há de penar, quando o poder do Lanterna Verde enfrentar" ou "In brightest day, in blackest night, no evil shall escape my sight. Let those who worship evil's might beware my power, Green Lantern's light".
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