O Supercine deste fim de semana, na virada de sábado (20) para domingo (21), vai exibir uma comédia deliciosa: A Noite do Jogo (Game Night, 2018). O horário (0h15min) do filme na RBS TV já dá uma forte pista, mas eu reforço aqui: ainda que de vez em quando apostem no pastelão, as piadas são com adultos e para adultos. O humor está inclusive temperado por momentos de tensão e até de violência (mas nada a ponto de cortar o embalo).
Escrito por Mark Perez, o filme tem direção da dupla John Francis Daley e Jonathan Goldstein, realizadores do igualmente hilariante — e mais picante — Férias Frustradas (2015), com Ed Helms, Christina Applegate e Chris Hemsworth. O trabalho seguinte dos dois foi Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (2023), adaptação do homônimo RPG de aventura e fantasia.
A Noite do Jogo é uma espécie de ponto de transição entre esses dois títulos: como acontece com a família de Férias Frustradas, um grupo de pessoas se mete em uma enrascada a partir do momento em que se reúne para uma noite de jogos na qual, como em um RPG (sigla de role-playing game), precisam interpretar papéis.
Falando em interpretar, o elenco é ótimo. Temos, entre outros, Jason Bateman, três vezes indicado ao Emmy de melhor ator pela série Ozark e duas por Arrested Development; Rachel McAdams, que disputou o Oscar por Spotlight; Kyle Chandler, ganhador do Emmy por Friday Night Lights; Jesse Plemons, que atuou em sete concorrentes ao Oscar de melhor filme nos últimos nove anos e protagoniza uma cena arrasadora em Guerra Civil; e Michael C. Hall, o protagonista de Dexter.
Bateman e McAdams encarnam Max e Annie, que estão recebendo outros casais para o que prometia ser uma noite alegre. Aí chega Brooks (Chandler), o irmão mais velho de quem Max tem uma inveja mal resolvida. O mano conta que armou um jogo de assassinato e mistério. O problema é que Brooks acaba sendo sequestrado de verdade, mas o grupo de amigos acha que tudo faz parte da brincadeira.
Eis o ponto de partida para uma série de confusões, perigos e reviravoltas, tendo como subtexto a inevitabilidade da vida adulta. Aliás, todos os coadjuvantes recebem a chance de crescer em cena. Meu destaque vai para Plemons, como o policial Gary, o vizinho esquisito que, para seu desgosto, não foi convidado por Max e Annie para a noite de jogo. Sem fazer alarde, o ator aproveita cada instante em cena.