Como é bom voltar a um lugar, anos e anos depois, e saber que ele está muito melhor do que se conhecia ou lembrava (às vezes, tenho decepções ao visitar atrações no Estado, como o Itaimbezinho, para onde fui três vezes, a última delas em fevereiro do ano passado, e percebo a decadência progressiva). A surpresa positiva a que me refiro é o espaço do Belvedere Sonda, em Nova Pádua. É o principal ponto turístico dessa cidade de menos de 3 mil habitantes na serra gaúcha.
Tem um mirante a uma altura de 450 metros — de onde se vê o Rio das Antas, parte do lago da barragem Castro Alves e a balsa com tração humana que liga a Nova Roma do Sul —, abrindo-se para uma paisagem deslumbrante. A área do belvedere foi restaurada e entregue há menos de dois meses (a pousada ainda passa por reforma e só deve ser reaberta em meados deste ano), tudo novo e bem arrumado, incluindo o café que fica junto à plataforma, que oferece café colonial, onde também se pode comprar produtos típicos da região e desfrutar da paisagem numa mesa junto à janela.
Não fazia muito tempo que tinha almoçado e tive de passar o café colonial desta vez, mas o "grostoli caramelado" que acompanhou o expresso deu uma ideia do que esperar. A simpatia dos donos do café recém aberto também é um convite ao retorno.
No andar de cima, o restaurante que funciona há anos serve almoço colonial (polenta brustolada e bife na chapa são chamarizes irresistíveis para mim) e abre para eventos. Do pátio renovado do belvedere saem passeios a bordo de um caminhão militar de 1971, restaurado e adaptado, para visitar os principais pontos turísticos da cidade. E tem parquinho para crianças, bancos para só se deixar ficar pensando na vida, lojinha de artesanato, gente bem-humorada dando informações turísticas… Que bom voltar depois de quase 20 anos e ver tudo tão melhor.
P.S.: é preciso mesmo ter muita boa vontade para fazer turismo no Rio Grande do Sul. O estado das estradas desencoraja qualquer um. O acesso a Caxias do Sul para quem chega pela RS-122 é para os fortes. O mesmo vale para trechos da BR-116 no entorno da cidade que, não custa lembrar, é a segunda maior do Estado, porta para aquela região turística.