Nova Pádua, na serra gaúcha, inaugura em dezembro a reestruturação de seu principal ponto turístico, o Belvedere Sonda. O mirante permite ao visitante apreciar a vista do Rio das Antas, o lago da barragem Castro Alves, a travessia da balsa entre o município e a vizinha Nova Roma do Sul, além de uma cachoeira. Com isso, a prefeitura pretende que, aos poucos, a comunidade passe a enxergar o turismo como fonte de renda.
As obras começaram em abril e estão na reta final. Além das reformas que impactarão diretamente a infraestrutura, uma das novidades é a criação de passeios e atividades de aventura. De acordo com o prefeito Ronaldo Boniatti (PSDB), a ideia é que os visitantes possam gastar mais tempo no parque e explorá-lo de formas diferentes das que são oferecidas hoje. O espaço seguirá com entrada gratuita, garante a prefeitura.
— O projeto está vinculado ao programa de desenvolvimento de Nova Pádua, que quer transformar o Belvedere no ponto turístico âncora do município — explica Boniatti.
Ainda não estão definidos quais passeios serão ofertados e qual será a empresa prestadora do serviço, a ser escolhida por meio de concessão via chamamento público. No entanto, a prefeitura já prevê que a empresa ofereça trilhas, passeios de caminhão e de bicicleta.
— A ideia é ter passeios de diversos tipos, radicais ou culturais, desenvolvidos em alguns roteiros que serão comercializados. A ideia é que, dali, haja projeção para todo trade turístico — adianta o prefeito.
Entre as melhorias, está a construção de novos banheiros públicos maiores e próximos à plataforma panorâmica, ideais para receber grupos turísticos. O estacionamento também foi reorganizado, com a criação de 90 vagas para veículos e 20 para motocicletas, além de banco, bicicletário e iluminação — até então, a área para estacionamento era improvisada e de chão batido.
Dois novos decks para contemplação figuram entre as mudanças, que permitirão ver o belvedere de novos ângulos. Haverá também um playground e um espaço de convivência. Outro incremento importante é a criação de um bar, uma espécie de pub, que deverá funcionar todos os fins de semana. O local será concedido à iniciativa privada por seis anos, mas os administradores também não estão definidos. O investimento total da prefeitura é de R$ 100 mil, e o novo parque será inaugurado em dezembro.
Quem vai até o Belvedere pode subir em uma plataforma que fica a 450 metros de altura e permite visualizar o cenário deslumbrante. O lugar não fechou à visitação durante as obras, e é possível visitá-lo em qualquer horário.
Nova Pádua tem pouco mais de 2,5 mil habitantes, com a agricultura consolidada como principal atividade econômica. É forte, por isso, o cultivo de uva e o funcionamento de vinícolas familiares. É justamente em um desses empreendimentos que uma família, cujo sobrenome é o mesmo que batiza o mirante, já percebeu que investir no turismo pode render bons frutos.
A adega Dom Camilo deve se fortalecer com a reforma no Belvedere, já que fica a menos de 500 metros dali. A proposta é simples, mas encanta os turistas: defronte a um lago, com um vasto gramado e vista semelhante à oferecida no Belvedere, o turista pode fazer piqueniques, desfrutar de espumante gelado, bebericar água ou então posar para fotos. A fórmula, que já é usada em outras vinícolas na Serra, destaca-se pela paisagem. Para usar o espaço, é necessário consumir itens da cantina – o espumante mais em conta parte de R$ 30.
— Fizemos um evento para a prefeitura, e os funcionários pediram para continuar vindo aqui no fim do dia. Agora, está sempre cheio — afirma Gema Sonda, uma das proprietárias.
Vindas de Porto Alegre, as amigas Mitiela Kenne, Andressa Alves e Fernanda Penso brindavam na tarde do dia 19 com um piquenique. Descobriram o recanto por meio de um aplicativo que mapeia opções de turismo. A viagem para chegar até Nova Pádua demorou pouco mais de duas horas.
— Até o caminho, a estrada, é lindo. Estamos encantadas com tudo — diz Fernanda.