Aos olhos do prefeito Sebastião Melo e de boa parte dos seus secretários, a vilã dos alagamentos que afetaram vários bairros de Porto Alegre na quarta-feira (1º) foi a CEEE Equatorial, culpada também pela suspensão da posse festiva do prefeito e dos secretários.
O futuro diretor-geral do Dmae, Bruno Vanuzzi, acrescentou mais uma explicação plausível para os alagamentos — e não foi o entupimento dos bueiros. Vanuzzi disse que os geradores instalados nas casas de bomba não puderam ser ligados quando faltou luz porque faltava quem soubesse operá-los.
É uma informação relevante. As empresas prestadoras de serviço da prefeitura não se prepararam para colocar os geradores em funcionamento. Como ainda não estão automatizados, era preciso fazer o acionamento manual e os plantonistas não sabiam como fazer a conexão. Trocando em miúdos, pode-se dizer que não tinha quem apertasse o botão correto para acionar os geradores.
A automatização, segundo Vanuzzi, deve ser feita a partir da próxima semana, o que evitará a repetição de um problema prosaico como esse. Vanuzzi, que ainda não assumiu oficialmente o cargo, está em processo de transição e já identificou um dos gargalos que explicam os alagamentos mesmo que a chuva intensa tenha sido breve, como ocorre nos meses de verão.
A transparência é importante em todas as atividades públicas. Vanuzzi foi sincero porque não é político. É um técnico escolhido pela experiência em parcerias público-privadas, critério importante para o projeto de Melo de fazer a concessão parcial ou total do Dmae.