O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Dois anos depois de entrar para a história ao reeleger pela primeira vez um governador no Rio Grande do Sul, o PSDB vislumbra a possibilidade de perder força política no Estado. Governando três dos cinco maiores municípios, o partido enfrenta eleições intrincadas em todos eles e tenta superar a polarização estabelecida entre direita e esquerda para avançar às disputas de segundo turno.
Em Caxias do Sul, o prefeito Adiló Didomenico, que tenta a reeleição, enfrenta candidatos competitivos à esquerda e à direita.
Em Pelotas, que está sob domínio tucano há 12 anos, o partido apostou em Fernando Estima e, em Santa Maria, no vice-prefeito Rodrigo Decimo. O cenário é semelhante nos dois casos, com os tucanos brigando por vaga na fase decisiva.
O risco de desidratação do PSDB começou a se cristalizar antes do período eleitoral, simbolizado na dificuldade de construir uma candidatura viável em Porto Alegre — onde os tucanos acabaram coadjuvantes na aliança de Juliana Brizola (PDT).
Presidente estadual do partido, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, reconhece que os candidatos tucanos enfrentam pleitos difíceis nas maiores cidades, mas pondera que todos têm chance de vencer e aponta que o partido lidera chapas competitivas em outros municípios populosos, como Gravataí, Viamão, Bento Gonçalves e Cachoeira do Sul.
— Houve uma certa frustração no início, quando não conseguimos ter candidato em Porto Alegre, mas apesar disso estamos muito entusiasmados com as candidaturas que temos — afirma Paula.
O PSDB lançou 81 candidatos a prefeito no Estado neste ano, quase o mesmo número do que na eleição passada, e, de acordo com Paula, a expectativa é conquistar cerca de 40 prefeituras. Em 2020, os tucanos levaram 27.
Principal ativo do partido no RS, Eduardo Leite já participou de duas sessões de gravação de vídeos de apoio a correligionários, mas ainda não fez grandes incursões para participar de atos de campanha no Interior.