A primeira pesquisa Quaest encomendada pelo Grupo RBS neste primeiro turno em Porto Alegre mostra que, apesar do empate técnico entre Sebastião Melo (36%) e Maria do Rosário (31%) na estimulada, nada está definido. São 12% os eleitores que se dizem indefinidos e 7% os que estão dispostos a votar nulo e branco. Esses índices, faltando 40 dias para a eleição, podem ser considerados elevados, mesmo a terceira colocada, Juliana Brizola, tendo somente 11% e Felipe Camozzato, 3%.
O segundo turno entre Melo e Maria do Rosário aparece como tendência, confirmando levantamentos de outros institutos, mas é preciso considerar que na pesquisa espontânea (aquela em que se pergunta em quem a pessoa pretende votar, sem mostrar o cartão com o nome dos candidatos) Melo tem 15% e Maria do Rosário 14%, com 67% de indecisos.
O dado mais impressionante para sustentar a tese de que os candidatos terão de trabalhar muito para consolidar a intenção de voto está na pergunta sobre se a escolha é definitiva. Nada menos do que 53% responderam que ainda podem mudar. Dos eleitores de Melo, 51% disseram que a escolha é definitiva e 49% que podem mudar. Os de Maria do Rosário se dividem meio a meio. Já os de Juliana são os mais volúveis: 62% disseram que ainda podem mudar seu voto.
Outro dado relevante é o da rejeição, que no questionário da Quaest é mais sofisticado do que o simples “em quem você não votaria de jeito nenhum”. O instituto pergunta se o eleitor conhece o candidato e votaria nele, se não conhece, ou se conhece mas não votaria. Melo e Rosário são bastante conhecidos dos eleitores. Só 4% disseram que não conhece o prefeito e 6% responderam o mesmo em relação à deputada.
Os dois têm rejeição elevada, mas de Maria do Rosário é maior: 48% contra 40% de Melo. Juliana é desconhecida de 17% dos eleitores, tem potencial para chegar a 43% e rejeição de 37%. Camozzato é um ilustre desconhecido para 70% dos eleitores. Por isso mesmo, tem potencial de apenas 11% e rejeição de 18%.
A melhor notícia para Porto Alegre é que, embora identifiquem Maria do Rosário com Lula e Melo com Bolsonaro, os eleitores não estão nacionalizando a eleição. Independentemente de seu voto, 51% dos eleitores disseram que gostariam que o prefeito fosse independente, 28% preferem que seja aliado de Lula e 19% querem um adepto de Bolsonaro.
Outra pergunta reforça essa percepção. Questionados se votariam em um candidato apoiado por Lula, Bolsonaro ou Eduardo Leite, mesmo sem conhecê-lo, a maioria (entre 71% e 77%) respondeu “não”. Só 23% votariam de olhos fechados num candidato por Lula, 19% num afilhado de Bolsonaro e 19% em um nome apoiado por Leite.
Do total de eleitores entrevistados, 61% têm clareza de que Maria do Rosário é apoiada por Lula, 22% responderam que Melo é o candidato de Bolsonaro e apenas 4% disseram que Juliana Brizola é a candidata do governador Eduardo Leite. Lembrando que a vice de Melo, Betina Worm, é do PL, e que na última hora, sem conseguir viabilizar a candidatura própria, o PSDB aliou-se a Juliana.
Ficha técnica
A pesquisa contratada e paga pelo Grupo RBS foi realizada com 900 pessoas, utilizando questionário estruturado, entre os dias 24 e 26 de agosto. A margem de erro global é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada no TSE sob protocolo RS-09561/2024.
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