Com mais três mortes por dengue confirmadas nesta terça-feira (12), o governador Eduardo Leite assinou decreto colocando o Rio Grande do Sul em situação de emergência sanitária. O texto, encaminhado à Casa Civil pela secretária da Saúde, Arita Bergmann, foi assinado por Leite e estará no Diário Oficial de quarta-feira (13).
Com o decreto, o governo tentará convencer o Ministério da Saúde a incluir o Rio Grande do Sul na lista de prioridades para receber a vacina Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takedo, que não está conseguindo atender à demanda e entrega aos poucos a encomenda do governo brasileiro, que comprou toda a produção. A vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan só deve entrar em linha de produção em 2025 ou 2026, depois de passar por todos os testes e receber o aval da Anvisa.
O decreto de emergência não resolve o problema da epidemia. A solução passa pelos cuidados de cada cidadão, que precisa eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, acabando com o acúmulo de água parada. As prefeituras têm de se engajar nesse esforço, eliminando os focos e borrifando inseticida.
Até o momento o Rio Grande do Sul tem vinte mortes confirmadas por dengue neste ano. As mais recentes são de uma mulher de 58 anos, residente em São Leopoldo (ela tinha comorbidades e morreu no dia 22 de fevereiro), uma mulher de 81 anos, moradora de Santa Rosa (com comorbidades, faleceu em 6 de março) e um homem de 76 anos, de Iraí (também com comorbidades, morreu em 8 de março).
Além de servir como um argumento a mais para o Ministério da Saúde fornecer vacinas, o decreto de emergência facilita a compra de insumos e, se for o caso, de vagas em hospitais privados para atender os doentes, se a rede pública não der conta.