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A grande novidade da viagem do presidente Lula ao Rio Grande do Sul foi a confirmação de que está disposto a renegociar a dívida dos Estados, mas o objetivo estratégico é o que se poderia chamar de "bater tambor" para chamar atenção sobre o que o governo vem fazendo desde o início de 2023. O próprio Lula disse isso logo no início do seu discurso na Fiergs, ao definir a viagem com nove ministros como "uma entrevista coletiva para o governo prestar contas do que está fazendo".
Para uma plateia de prefeitos, vereadores, sindicalistas, líderes comunitários e convidados, no Teatro do Sesi, cada ministro fez uma síntese dos investimentos feitos e previstos para o Rio Grande do Sul, dentro e fora do Programa de Aceleração do Crescimento, que soma R$ 30 bilhões no Estado, com obras que se estenderão para além do mandato de Lula. O presidente reconheceu que a queda de popularidade apontada nas pesquisas é real e decorre do fato de só agora o governo estar começando a entregar o que prometeu na campanha.
O chefe da Casa Civil, Rui Costa, tem outra avaliação: o maior problema seria o desconhecimento da população em relação ao que o governo está fazendo, porque boa parte "só se informa pelos grupos de WhatsApp". Para amplificar as boas notícias, os ministros retardaram o almoço e deram uma entrevista coletiva para tirar dúvidas dos jornalistas. Essa estratégia, planejada pelo ministro Paulo Pimenta, será repetida Estado por Estado, tirando os ministros de Brasília para que se comuniquem mais com a população.
— Precisamos melhorar a comunicação — admitiu Rui Costa.
Lula também busca uma reaproximação com empresários que na eleição estiveram ao lado de Jair Bolsonaro e queimaram pontes construídas nos seus dois mandatos.
Em seu discurso na Fiergs, Lula procurou mostrar que, em um ano, fez mais do que Bolsonaro em quatro pelo Rio Grande do Sul. E contou que em todos os Estados lança o desafio de pedir à plateia que indique ao menos uma obra de infraestrutura iniciada ou concluída por Bolsonaro, e "ninguém consegue apontar".
Alckmin funciona como quebra-gelo
O quebra-gelo com os empresários é o vice-presidente Geraldo Alckmin, que veio ao Estado acompanhado de sua esposa, Lu. Além de ser ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alckmin é um interlocutor conhecido dos empresários pela moderação. Um dos mais duros críticos de Lula no passado, revelou-se um vice fiel e um defensor aguerrido do governo.
Na Fiergs, Lula rasgou elogios ao vice e disse que Alckmin é o responsável pelas melhores notícias que ele recebe, citando especificamente a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros. Penúltimo a falar, Alckmin fez a melhor síntese de 2023, lembrando que o PIB e a renda média subiram, enquanto inflação, juro, desemprego e risco Brasil caíram. Falou entusiasmado dos investimentos públicos e da nova política industrial, que incentiva a economia verde.