Se depender de um grupo de deputados contrários à cobrança de pedágio na RS-118, a duplicação do trecho entre Gravataí e a RS-040, em Viamão, será construída com recursos de emendas parlamentares. Como só boa vontade não é suficiente para duplicar uma estrada, é preciso ter cuidado para não vender ilusões. Mas a iniciativa empolgou empresários da região, que temem aumento de custos se houver pedágio na via.
A deputada federal Any Ortiz (Cidadania), que na sexta-feira participou de reunião com deputado estaduais comprometidos com a causa, acredita que é possível mobilizar a bancada federal para bancar a obra com dinheiro do orçamento de 2025.
No próximo dia 29, Any pretende conversar com o secretário dos Transportes, Juvir Costella, para discutir o interesse do governo na proposta, que tem o apoio dos deputados estaduais Capitão Martim (Republicanos), Patrícia Alba (MDB) e Rodrigo Lorenzoni (PL). Os deputados se propõem a destinar emendas para pagar o projeto, mas Costella diz que a dificuldade é o dinheiro para a execução da obra.
Seriam necessários R$ 50 milhões por ano para duplicar os 16 quilômetros em quatro anos. Por experiências anteriores, Any acredita que deputados de outras regiões aceitariam destinar emendas para a 118.
A deputada cita como exemplo a mobilização pela pavimentação da RS-126, entre Marcelino Ramos e Maximiliano de Almeida, que conseguiu reunir R$ 16.021.559,88, mesmo não tendo o mesmo impacto da RS-118. Outro caso que serve de parâmetro, segundo a deputada, é o apoio dos parlamentares a um projeto do Instituto do Cérebro, no valor total de R$ 60 milhões, e que terá R$ 17 milhões de emendas neste ano.
— A RS-118 é muito importante para toda a Região Metropolitana. Mesmo os deputados de outras regiões sabem que um pedágio traria prejuízo para as empresas localizadas ao longo da via, além de atrasar o desenvolvimento de municípios que já estão entre os de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Alvorada e Viamão — diz a deputada.